Salão do Automóvel de SP vira vitrine dos sonhos das chinesas

Com ausência de marcas tradicionais, novatas terão chance de se mostrar aos clientes

A partir de sábado (22), o Salão do Automóvel de São Paulo será mais um palco para as chinesas, já donas de quase 15% das vendas de carros no Brasil, mostrarem suas novidades no país que já desponta como um dos maiores mercados dessas marcas fora da Ásia. Antes disso, nesta terça-feira (18), outra novidade marcará uma nova etapa do avanço das chinesas no Brasil: o anúncio do início de produção dos carros da Geely.

Ao contrário do que já fazem BYD e GWM, as primeiras a produzir no país, a Geely não terá fábrica própria. Utilizará as instalações da Renault, sua nova parceira, em São José dos Pinhais (PR). Recentemente, a Geely adquiriu 26,4% da operação da Renault no Brasil, o que lhe abriu caminho para entrar no mercado brasileiro com rede de concessionárias e infraestrutura industrial já prontas. Outra parceria, entre Stellantis e Leapmotor, que há dois anos criaram uma joint venture internacional, também facilitou a entrada da chinesa no mercado brasileiro.

O sucesso do avanço chinês no mercado brasileiro é, em grande parte, resultado do foco em modelos híbridos e elétricos, que oferecem a nova tecnologia a preços competitivos. Somam-se a isso garantias longas, chegando a sete anos para o veículo e oito para as baterias, além de um agressivo trabalho de comunicação e marketing.

Alguns fabricantes mantiveram a decisão de não participar mais dos salões. General Motors, Volkswagen e Ford não estarão no Anhembi. Não haverá, também, nenhuma marca do chamado segmento premium, como BMW, Volvo e Mercedes-Benz, mais interessadas nos próprios eventos para o público de nicho.

Do Valor Econômico