Salão é atraente, mas está incompleto
Executivos lamentam a falta de montadoras que representam o dinamismo dessa indústria
A falta de sintonia entre os fabricantes de veículos para organizar o que seria um verdadeiro Salão do Automóvel de São Paulo resultou numa exposição bonita e agradável, mas incompleta. Sem a participação de duas grandes fabricantes locais – General Motors e Volkswagen -, além de tradicionais marcas de luxo, como Mercedes-Benz, Audi e BMW, falta, no Distrito Anhembi, um pedaço dessa indústria, a mais antiga e produtiva no país.
Os representantes das marcas que desistiram do evento costumam argumentar que o custo-benefício desse tipo de mostra deixou de ser interessante num momento em que o maior atrativo dos carros está em tecnologia e conectividade. Por isso, a exposição estática teria perdido o sentido.
As montadoras instaladas no país há mais tempo e que participam da feira são todas as marcas do grupo Stellantis, as japonesas Toyota, Honda e Mitsubishi, a coreana Hyundai, a francesa Renault e o grupo brasileiro CAOA. Esse grupo, de certa forma, atendeu a um pedido feito em abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que o Salão voltasse a ser realizado.
A brecha que surgiu com a ausência de marcas tradicionais serve para as novatas chinesas aproveitarem o momento para serem conhecidas pelo público e exibirem suas novidades: carros híbridos e elétricos com design moderno e alta dose de tecnologia. “Este é o salão internacional das marcas chinesas”, disse, em tom irônico, um executivo que prefere não ser identificado. Das 24 marcas de carros expostas, 11 são chinesas. CAOA, Stellantis e Renault também estão no salão para apresentar suas novas parceiras chinesas: Changan, Leapmotor e Geely, respectivamente.
Do Valor Econômico