Salários de trabalhadores negros são 40% menores
No ano de 2010, os negros alocados em postos de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo recebiam, em média, R$ 5,81 por hora. De acordo com a Fundação Seade e o Dieese, esse rendimento representa 60,4% do valor pago a trabalhadores não negros, cujos salários correspondem a R$ 9,62 por hora.
Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego sinalizam que as maiores desigualdades de rendimentos por raça/cor são verificadas na indústria. Nesse setor, o rendimento dos negros representa 58,9% dos demais grupos. Na construção civil, os negros recebem 70,7% dos rendimentos dos não negros. A menor diferença foi verificada nos serviços domésticos, com menos de 1%.
A pesquisa também mediu a inserção no mercado de trabalho. A diferença mais expressiva entre os assalariados dos dois segmentos está no setor público. Enquanto 8,4% do total de ocupados não negros estão empregados em órgãos, empresas e autarquias estatais, a proporção de negros é de 6,2%.
Para os institutos de pesquisa, a explicação para essa diferença verificada no setor público “possivelmente tem origem no fato de mais da metade dos assalariados públicos possuir grau de escolaridade superior”. Neste sentido, as dificuldades históricas de acesso a níveis mais elevados de estudo colocariam os negros em desvantagem.
Da Radioagência NP