Sanha privatista dos tucanos continua a todo vapor em São Paulo
Trabalhadores, familiares e usuários do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM) da Água Funda, na capital paulista, vão protocolar denúncia no Ministério Público contra a intenção do governo paulista de privatizar a unidade. O educador físico Paulo Roberto Spina, servidor do CAISM e integrante do Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo, afirma que o governo de Geraldo Alckmin pretende desmontar todo o serviço oferecido pela unidade que é considerada a melhor do país segundo avaliação do Ministério da Saúde.
“O centro é modelo em saúde mental, com serviços como Centro de Assistência e Promoção Social (Caps), residência terapêutica, internação de psicóticos agudos e oferta de leitos para tratamento de dependência química. É o único do estado que atende distúrbios mentais e dependência, com profissionais qualificados e com atendimento inteiramente humanizado”, diz Spina.
Em seu lugar, segundo ele, o governo pretende instalar um centro de internação de álcool e drogas para atender às demandas de uma “higienização social absurda que querem promover com a chegada de grandes eventos”. Até o fechamento da reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde não confirmou a informação. Mas por meio da assessoria de imprensa limitou-se a informar que o serviço não será desativado.
No último dia 20 de setembro, em entrevista ao site da revista Veja, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira afirmou que 150 leitos para internação para o tratamento de alcoolismo e drogas serão instalados rapidamente na capital “no Hospital da Água Funda”.
O renomado psiquiatra integra o conselho administrativo da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), uma organização social (OS) responsável pela gestão de dez grandes hospitais públicos, como o Brigadeiro e Estadual de Diadema, além de ambulatórios e outros serviços.
Ainda segundo Spina, a criação da unidade de internação foi confirmada na sexta-feira (21) pela direção da unidade, que não soube explicar o que acontecerá com os trabalhadores e se o atendimento prestado será oferecido em um outro local.
Além de apresentar denúncia ao MP, que já investiga o processo de privatização da saúde em São Paulo e que recentemente conseguiu barrar a venda, pelo estado, de 25% dos leitos do SUS a usuários dos planos de saúde em hospitais geridos por OSs, a comissão fará duas manifestações na próxima semana. Nesta terça-feira (25), às 10 horas, haverá um ato em frente ao hospital. Os manifestantes seguirão para a Assembleia Legislativa, onde denunciarão a proposta em audiência pública convocada pelo deputado Marcos Martins (PT) para discutir saúde pública. Na quarta, no mesmo horário, os manifestantes farão novo ato público.
Da Rede Brasil Atual, via CUT Nacional