São Bernardo comemora bicentenário de Louis Braille com atividades para deficientes visuais

Espaços públicos de São Bernardo do Campo realizam diversas atividades que envolvem todos os segmentos da sociedade, proporcionando uma reflexão deste sistema para os deficientes visuais

Neste ano tem início as comemorações mundiais dos 200 anos de nascimento de Louis Braille, criador do sistema de leitura e escrita para os deficientes visuais. O método auxilia a inclusão na sociedade, dando acesso ao conhecimento e comunicação. Para marcar o bicentenário, espaços públicos de São Bernardo do Campo realizam diversas atividades que envolvem todos os segmentos da sociedade, proporcionando uma reflexão deste sistema para os deficientes visuais.

O Centro Municipal de Apoio ao Portador de Deficiência Visual Nice Tonhozi Saraiva (Avenida Índico, 926, Jardim do Mar), existente desde 1996, terá programação durante todo o ano para os alunos e comunidade em geral. Entre as atividades está o encontro de ex-alunos e ex-funcionários da unidade, sarau interno, homenagem à família da patrona, mesas temáticas expositoras itinerantes, intensificação do curso “Vamos Brailar” (oficina de braile aberta a educadores e comunidade), correspondências em braille para usuários de diversos locais etc.

A instituição atende atualmente 177 alunos que possuem baixa visão (enxergam abaixo de 30%) ou cegueira, promovendo adaptação de materiais para as escolas da rede, como mapa em relevo e textos em braille, auxiliando na orientação e mobilidade (como se locomover dentro de um ambiente), ensinando a utilização do soroban (aparelho de cálculo japonês adaptado para o deficiente visual), orientando professores das escolas regulares sobre as partes específicas, além de promover cursos de formação.

Segundo a professora, Dilma Oliveira, o braille é um grande passo para a inclusão. “Mesmo com a informática, o sistema braille é a única forma de se expressar pelo próprio corpo, lendo ou escrevendo. Ele dá esta liberdade de poder se utilizar em qualquer lugar”, afirma. Para fazer parte do Centro Municipal de Apoio é necessário ser munícipe e levar ao local um relatório oftalmológico. Mais informações: 4330-4657.

Biblioteca – A Biblioteca Monteiro Lobato (Rua Jurubatuba, 1415, Centro), que possui um acervo de 516 livros para deficientes visuais, com exemplares em áudio, também está preocupada com a inclusão. No 2º semestre acontecerá o primeiro sarau para os deficientes visuais, onde aproximadamente oito pessoas declamarão e apresentarão textos. Outra novidade é um encontro para discutir os problemas do braille na região e uma oficina de criação de poesias e contos.

A biblioteca promove todos os meses uma oficina de braille para as pessoas que querem saber ler e escrever. O curso é gratuito, mas é necessário fazer a inscrição com antecedência. O espaço ainda fornece para o público a transcrição de parte ou todo o livro que está em tinta para braille. Mais informações: 4330-2888.

Histórico – Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809, na cidade de Coupvray, França. Aos três anos de idade ao brincar de imitar o trabalho do pai, a sovela resvalou e atingiu seu olho esquerdo causando grave hemorragia. Meses depois a infecção atingiu o outro olho, deixando Louis completamente cego aos cinco anos.

Com 15 anos, ele inventou o alfabeto braille, semelhante ao que se usa hoje. Logo, escreveu um livro usando o sistema braille. Faleceu no dia 6 de janeiro de 1852. 

O código braille foi adaptado pela Escola de Cegos de Paris em 1854. Em 1877, durante o Congresso Internacional de Surdocegos, o braille foi universalmente reconhecido como o melhor sistema de escrita e leitura para os cegos. No Brasil, o braille foi introduzido em 1850, por José Álvares de Azevedo, jovem cego que havia ido estudar em Paris.

Da Prefeitura de São Bernardo