São Bernardo investe R$ 180 mil em ponto de cultura
Projeto da Fundação Criança em parceria com governos estadual e federal beneficiará 540 jovens
Curtas metragens, exposições de fotos e rádio-novelas. Esses serão os produtos produzidos por cerca de 540 moradores de São Bernardo durante os três anos do projeto Rádio Cinefoto – Difusão de Tecnologia, Cultura e Direitos Humanos no Ponto de Cultura inaugurado nesta terça-feira (16/11) no município. O programa da Fundação Criança conta com a parceria da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, do Ministério da Cultura e com o investimento de R$ 180 mil.
A iniciativa oferecerá aulas de cinema, fotografia e rádio nos bairros Parque São Bernardo, Jardim Orquídea e Centro. “Além da aprendizagem das técnicas, o objetivo é a formação cidadã, protagonismo juvenil, ampliação do universo cultural e a oportunidade de emprego para os jovens”, explicou Elisabete Marques Sanchez, coordenadora do PIGD (Programa Integrado de Garantia de Direitos) da Fundação Criança, que acolhe o ponto de cultura.
Cada oficina tem 30 vagas e uma carga horária total de 88 horas. As aulas de fotografia ocorrem no PIGD Parque São Bernardo, as de rádio na Usina Socioeducativa e as de cinema no PIGD do Jardim Orquídea. Os adolescentes, com idades entre 12 a 18 anos incompletos, ainda podem se inscrever pessoalmente, na rua Santa Filomena, 804, no Centro, ou reservar a vaga pelo telefone 4121-7513. “O início do curso será apenas para janeiro de 2011”, disse Elisabete.
Oficinas – Em cada semestre serão realizadas seis oficinas, nas quais 12 adolescentes, entre 14 a 18 anos incompletos, atuarão como monitores e receberão uma bolsa-auxílio de R$ 120 para 12 horas de atividades por semana. “Para serem selecionados, os jovens precisavam ter alguma vivência nas áreas, serem participantes de projetos sociais ou terem cumprido medidas sócio-educativas”, comentou Elisabete.
Até o momento, oito monitores já iniciaram os trabalhos. “Fiz um curso de cinema no PIGD do Jardim Thelma e hoje pretendo passar o pouco que aprendi, além de me especializar na área”, afirmou o monitor Anderson de Brito Santos, 17 anos. Enquanto o material do curso não chega, Santos ajuda na preparação do roteiro. “Sabemos que foram comprados computadores, câmeras de vídeos, tripés e máquinas fotográficas. Estou ansioso para começar”, comentou.
O presidente da Fundação Criança, Ariel de Castro Alves, explicou que a ideia da contratação dos monitores também proporciona uma segunda chance para os ex-jovens infratores. “Alguns adolescentes tiveram problemas com drogas, cometeram delitos ou moraram muito tempo em abrigos e hoje podem servir de exemplo de superação para os demais jovens”, afirmou. Para Alves, o ponto de cultura irá aprofundar ainda mais os trabalhos de prevenção da Fundação Criança. “Queremos evitar que as crianças de periferia tomem o rumo da criminalidade”, observou.
Do ABCD Maior