São Bernardo moderna não sai do papel

Anunciado pela administração como a solução para modernizar ruas e avenidas e desafogar o trânsito da cidade, o programa São Bernardo Moderna enroscou em denúncias de irregularidades e na falta de investimentos e hoje está quase parado.

O mundo do faz de conta


Duplicação das grandes avenidas, anunciadas pela Prefeitura, ficou apenas na intenção

O programa São Bernardo
Moderna, anunciado pela administração como a solução para modernizar os meios de locomoção e desafogar o trânsito da cidade, enroscou em denúncias de irregularidades e na falta de investimentos. Hoje, pouco resta dele a não ser algumas obras paralisadas ou em ritmo lento. Enquanto isso, ruas, avenidas e acessos vivem congestionados.

Esse programa, junto com outros, seguiram a mesma receita por parte da administração, que muito divulgou e pouco fez. O que mais vale é a propaganda, e só.

Lançado há pouco mais de três anos, estavam programadas cinco grandes intervenções viárias, num total de 800 obras. A maior parte dos investimentos de R$ 480 milhões seria bancada pelo Bird – Banco Interamericano de Desenvolvimento, mas mesmo assim o programa não saiu.

Caótico
Hoje, os motoristas enfrentam quilômetros de congestionamento. Os programas de logística das empresas, como o just-in-time, vivem ameaçados.
Do programa Cidade Moderna restou apenas a propaganda, como se a gente vivesse num mundo de faz-de-conta.

Obras pararam por falta de dinheiro

O ex-prefeito Maurício Soares disse que o Cidade Moderna naufragou porque o atual prefeito não teve condições de investir sua parte no programa.
Acontece que a liberação dos recursos por parte do Bird só seria feita com o andamento das obras.
No momento em que elas foram paralisadas, ou colocadas em ritmo lento por falta de investimento por parte da Prefeitura, o banco internacional segurou a liberação de verbas.

Denúncia cancela licitação

A administração começou a ter problemas quando a licitação para o lote três, que previa 25 obras, foi ganha por um consórcio de três empreiteiras que incluía a construtora Gautama, que estava envolvida em esquema de fraudes em concorrências públicas.
Quando um movimento formado por partidos, sindicatos e entidades pediu CPI para investigar a licitação, o prefeito decidiu pelo seu cancelamento.
Depois disso, nada mais foi feito e as obras estão paradas.

Árvores cortadas, obra inacabada

Para o alargamento da avenida Pery Ronchetti, a Prefeitura mandou derrubar pelo menos 125 árvores e colecionou críticas de entidades ambientalistas.
“Cada vez mais as árvores dão espaço para os automóveis”, ponderou o bióloga Simone Csifoni, do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico.
A entidade SOS Chácara Silvestre tentou impedir o corte das árvores na Justiça, mas não teve sucesso.
“Nossas avenidas não têm árvores, pois não existe esse tipo de planejamento”, protestou Paulismar Duarte, presidente da entidade.