São Bernardo resiste a despejos determinados pelo prefeito
A gestão de Orlando Morando (PSDB) tem trabalhado para desabrigar famílias e o Projeto Meninos e Meninas de Rua que atende crianças e adolescentes na cidade. Após pedir que o projeto deixe a casa que ocupa na Rua Jurubatuba, esta semana o prefeito ordenou a desapropriação de casas construídas na margem do córrego Saracantan, na Rua dos Vianas. Parte dos moradores está no local há 50 anos.
Os moradores protestaram contra o despejo e tentaram impedir a ação das retroescavadeiras, mas foram reprimidos pela GCM (Guarda Civil Municipal) com gás de pimenta e gás lacrimogêneo.
Durante a ação da GCM, crianças que estudavam na Emeb Professora Maria Therezinha Besana, próximo ao local de despejo, passaram mal após o uso dos gases de efeito moral. Dezenas de crianças precisaram ser atendidas por uma ambulância.
Projeto Meninos e Meninas de Rua
Orlando Morando também tenta despejar o Projeto Meninos e Meninas de Rua, que atua desde 1983 na defesa dos direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
A causa tem ganhado a cada dia mais adesão com a ocupação político-cultural de resistência que ocorre na casa.
O diretor da ONG, Marco Antônio Silva Souza, o Markinhos, espera que a justiça reverta o pedido de reintegração. “Estamos enfrentando essa disputa jurídica, mas continuamos insistindo em levar para o bom senso que vem sendo demonstrado por parte da juíza”.
Segundo o diretor, a reintegração de posse poderia ser suspensa por ordem da gestão municipal. “A própria prefeitura poderia pedir a suspensão da reintegração e abrir uma mesa de diálogo conosco. Estamos à disposição para colaborar com a cidade e trazer toda a experiência que acumulamos nesses anos para que o povo de São Bernardo possa ter um ótimo atendimento”.
Apoio e solidariedade
“Contamos com o apoio da população, dos trabalhadores, chamando as comissões de fábrica e com todas empresas que possam nos visitar. Seria muito bom para estreitar a relação entre os movimentos sociais, as crianças, adolescente e os trabalhadores da nossa região”, chamou Markinhos.