São Bernardo tem suas promotoras legais
Hoje forma-se a primeira turma do curso que ensina mulheres a desenvolver conceitos de cidadania e igualdade de direitos.
“O curso me deu coragem de agir” resumiu Maria Juraci Elias, que hoje, ao lado de mais 50 mulheres, está concluindo o 1º Curso de Promotoras Legais de São Bernardo.
Ao apresentar noções de direito e cidadania, com enfoque de gênero, o curso capacita mulheres a promover e buscar o direito na vida do dia-a-dia nas comunidades em que vivem.
Juraci disse que o curso foi uma maravilha. “Ele esclareceu nossos direitos e os instrumentos para buscarmos a igualdade. Estamos com a faca e o queijo na mão”, contou.
Ela disse também que já está vendo alguns casos de seus vizinhos na Vila Comunitária. “Trabalho é que não falta. E agora a gente faz os encaminhamentos com conhecimento”, explicou Juraci.
Direitos
Assim como ela, outras participantes também ganharam disposição de aplicar os conhecimentos adquiridos junto às moradoras nos bairros
“O curso ensinou muita coisa e agora dá para responder à pergunta Como faço? que a gente ouve a todo instante”, comentou Luísa Maria da Silva, moradora no Areião, que fez o Promotoras Legais ao lado da vizinha Maria do Carmo Alves Carvalho.
As duas já realizaram reunião de trabalho com algumas mães do bairro. “Muitas sofrem por falta de informação e orientação”, explicaram.
Já Sueli Garcia de Freitas acredita que agora está aparelhada para ser orientadora quanto aos direitos das mulheres e adolescentes.
“Também me sinto capacitada para debater as políticas públicas de gênero”, disse ela, que mora no Jardim Irajá.
Cidadania e igualdade de gênero
O 1º curso de São Bernardo consistiu em 24 aulas de três horas, realizadas às quintas-feiras no Centro de Formação Celso Daniel.
O curso foi promovido pela Comissão de Mulheres Metalúrgicas do Sindicato, a SAB do Jardim Silvina e as ongs Entre Nós e Instituto ECO Social.
“O Promotoras Legais desperta a noção de que as mulheres são sujeitos de direitos, e essa mudança faz a diferença”, disse Rosi Machado, diretora do Sindicato.
Ela acredita que as mulheres, agora, terão condições de interferir positivamente na comunidade, formando e informando as mulheres sobre seus direitos.
O Projeto Promotoras Legais Populares propõe um resgate da história de luta por igualdade econômica, social e política das mulheres através de oficinas de capacitação.
O curso chegou ao Brasil em 1992, logo encampado pela União de Mulheres de São Paulo e Instituto Brasileiro de Advocacia Pública.
Ele aborda temas como violência de gênero, direitos sexuais e trabalhistas, políticas públicas, legislações sobre preconceito, discriminação e história da luta das mulheres.
O objetivo é desenvolver conceitos de cidadania e igualdade de direitos. O público alvo é a mulher, para que ela possa desenvolver o combate à discriminação, seja orientando pessoas ou assessorando entidades populares.