São Paulo atrasa vale-alimentação de professores da rede estadual

Segundo Apeoesp, além da falta do pagamento, educadores também reclamam de valores abaixo do correto

Professores da rede estadual de São Paulo não recebem desde fevereiro o auxílio alimentação, utilizado para gastos em supermercados. Segundo o governo Goldman (PSDB), houve problema no sistema que fornece informações para o pagamento, que será solucionado nos próximos dias.

Os valores atrasados serão pagos, afirma a Secretaria de Gestão. A pasta não soube informar quantos dos cerca de 200 mil docentes estão sem receber o benefício.

A Apeoesp (sindicato dos professores) afirma que já recebeu dezenas de consultas de educadores, que reclamam da falta de pagamento ou de valores abaixo do correto. O benefício varia de acordo com a carga horária do professor. A quantia máxima é de R$ 80 mensais.

“Com o nosso salário, cada centavo faz falta. Estou pedindo dinheiro para o meu pai para comprar comida ou pedindo para comprar fiado no mercado”, diz um professor de português da região de Campinas (interior de São Paulo).

O docente tem carga horária semanal de 30 horas e recebe R$ 1.500 de salário bruto. “Além de atrasar, o vale não é reajustado há dez anos”, completa o docente.

COXINHA
O valor dos vales foi alvo de críticas durante a greve dos professores no primeiro semestre.

Como forma de protesto, os grevistas fizeram almoço com coxinhas na avenida Paulista, em alusão ao valor de cada vale, R$ 4.

A categoria pedia que o valor do benefício fosse multiplicado em quase quatro vezes. O governo dizia não haver condições financeiras.

Segundo a Secretaria de Gestão, o problema no sistema ocorreu após a inclusão neste ano de duas jornadas na carreira dos professores –eram apenas duas.

Com a falha técnica, “uma parcela dos professores passou a receber pagamento do beneficio a mais ou a menos”, afirma nota da pasta.

Com Folha de S. Paulo