São Paulo contribuiu pouco para a criação de empregos
Dados divulgados pelo Caged preocupam e chamaram a atenção do presidente do Sindicato, Sérgio Nobre
O Estado de Saulo Paulo contribuiu com apenas 23% para o total de empregos formais (carteira assinada) gerados no Brasil em junho. Segundo dados do Caged, órgão do Ministério do Trabalho, o saldo positivo foi de 119.495 postos de trabalho criados em todo o País no mês passado. Desse total, somente 27.602 em São Paulo – Estado que, historicamente, é responsável por quase metade das vagas formais de trabalho.
Para efeito de comparação, em janeiro de 2008, o Estado governado por José Serra (PSDB) foi responsável por 45% do total de postos de trabalho gerados em todo o Brasil e, em junho de 2008, por 33%, segundo levantamento da Subseção Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com base em dados do Caged.
Minas Gerais, que gera menos postos de trabalho que São Paulo, superou o Estado paulista ao registrar saldo positivo de 45.596 postos de trabalho em junho deste ano; 17.994 a mais que São Paulo.
Situação melhora no ABC
O emprego teve queda menor na Região. Juntos, os sete municípios do ABC tiveram, em junho último, saldo negativo de 97 postos de trabalho considerando todos os setores. Em maio, foram -2.884 (negativos) e, em abril, – 611 (negativos).
O Caged ainda não disponibilizou os dados de empregos recortados por setor nos municípios, mas no metalúrgico, o saldo de emprego foi negativo no País – 8.438 postos de trabalho, sendo – 3.960 (negativos) desse total no Estado de São Paulo, equivalente a 47%.
O setor metalúrgico engloba quatro subsetores: metalurgia, mecânica, material elétrico e comunicações e material de transportes
Sindicato
“O que nos preocupa e chama a atenção é que desses postos de trabalho gerados no País em junho, o Estado de São Paulo aparece apenas com 27 mil. Historicamente, São Paulo é responsável por quase metade dos empregos brasileiros. Esse dado nos chama a atenção ainda mais porque a indústria de transformação, onde está a tecnologia e os melhores empregos, tem sofrido maior impacto”, analisa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.
Segundo o dirigente, com um saldo negativo de 8 mil postos de trabalho em todo o País, o setor metalúrgico precisa de atenção especial e políticas especificas. “A manutenção da redução do IPI é medida importante do governo federal. Mas outra questão fundamental é o financiamento e o crédito, pois os juros continuam altos.. O crédito bancário ainda está muito caro, É preciso discutir o spread e retomar índices pré-crise”.
Sérgio Nobre diz ter uma visão otimista. “O último pacote anunciado pelo governo federal é positivo. Atendeu bem o setor de ônibus e caminhões, muito impactado pela crise. A redução praticamente a zero dos juros para financiamento de caminhões (autônomos) vai movimentar o mercado de usados e novos e apontará para uma melhora do setor. Essas medidas vão surtir efeito nos próximos meses e a tendência é de recuperação no mercado interno. Mas uma parte importante do desenvolvimento do País dependia das exportações, que estão mais impactadas pela crise econômica mundial”, avaliou o sindicalista.
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EMPREGOS NO ABC – Junho 2009
Município ADM DESL SALDO VAR. %*
Rio G. da serra 56 68 -12 -0,50
São Caetano 3.683 4.152 -469 -0,48
Ribeirao Pires 673 590 83 0,42
Mauá 2.082 1.799 283 0,52
Diadema 3.450 3.245 205 0,22
Santo André 6.154 5.797 357 0,21
São Bernardo 7.406 7.950 -544 -0,22
* Comparação ao mês anterior
Fonte: Subseção Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Caged-MTE