São Paulo vai ter ônibus movidos a biometano
Prefeito assina decreto que permite uso da tecnologia, menos poluente que outros combustíveis
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, assinou na terça-feira, 2, decreto que permite o uso de biometano como combustível na frota de ônibus da cidade e também em veículos de coleta de lixo. Atualmente, 125 caminhões de limpeza urbana já usam biometano, que é produzido nos aterros municipais. A meta é de que mais de 600 veículos dessa frota ainda movidos a diesel sejam substituídos até 2027.
Para os ônibus, não foi anunciada uma meta nem um prazo para a substituição por motores a biometano. No evento onde anunciou a novidade, Nunes afirmou que a prefeitura passará a comprar biometano do setor privado para atender a nova demanda. “Para efeito de comparação: enquanto um ônibus a diesel custa em média R$ 25 mil por mês em combustível, um elétrico consome cerca de R$ 5 mil, uma economia de R$ 20 mil mensais, ou R$ 240 mil por ano. No caso do biometano, ainda não há preço definido”, disse o prefeito.
O biometano é um combustível obtido por meio da purificação do biogás, gerado pela decomposição de matéria orgânica, como resíduos em aterros sanitários, esgoto tratado em estações e subprodutos do setor sucroenergético. Apesar de ser renovável, não é um combustível limpo: ele emite carbono ao ser queimado. A intensidade de emissão varia bastante conforme o tipo de matéria-prima, a tecnologia usada e a gestão de vazamentos de metano na cadeia de produção.
A Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás) diz que o potencial brasileiro de produção de biometano é de 80 milhões de metros cúbicos (m³) por dia. No Brasil, o maior potencial de produção de biogás (matéria-prima do biometano) está no setor sucroenergético (56 milhões de m³/dia). Ainda em fase de expansão, o mercado nacional de biometano já tem 12 unidades produtoras autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) até abril de 2025.
Do Automotive Business