Saúde e Adoecimento no Trabalho: Parte 1

Fatores agem cumulativamente – O processo de adoecimento no trabalho, contrariamente ao que muitos dizem, não depende unicamente de um fator. Quase sempre temos a somatória de vários fatores desencadeando uma situação onde a consequência é o adoecimento.

Um caso de LER/DORT, por exemplo, não é desencadeado apenas pelo ritmo acelerado e pela repetitividade. Esses fatores geralmente se somam a outros, como exigências posturais, ausência de pausas para descanso, pressão por produção, dificuldades em se cumprir as metas de produção exigidas, medo de desemprego, ambiente de trabalho competitivo, autoritário e pouco participativo, calor, frio, poluição, barulho, iluminação ruim e muitos outros.

Origem em várias esferas – Os fatores biomecânicos, ligados ao emprego de forças, posturas e movimentos, e que estão presentes no posto de trabalho, não agem sozinhos. Eles são potencializados por fatores ambientais como, por exemplo, temperatura e iluminação. Também influem fatores organiza-cionais ou gerenciais como a forma de organização do trabalho e da produção, gestão autoritária, baixa autonomia dos trabalhadores para fazer seu trabalho, jornada, turnos de trabalho, salários etc.

Pressão é o diferencial – A mudança mais significativa entre o trabalho de hoje e o de vinte anos atrás é exatamente esse conjunto de fatores que, cumulativamente, vão gerando uma grande pressão psíquica sobre o trabalhador.

Administrar e conviver com essa pressão torna-se impossível para qualquer pessoa. Mais cedo ou mais tarde o trabalhador perde seus mecanismos de controle e essa ruptura levará ao adoecimento.

Comissão de Saúde, Condições de Trabalho e Meio Ambiente