Saúde Mental – parte 3: Preste atenção e procure ajuda
Março de 2015, voo regular Barcelona-Dusseldorf. Era um voo curto, apenas duas horas. Decolagem 9h, céu azul.
Em 20 minutos nivelou a 38 mil pés, voo cruzeiro. 9h30, piloto entrou em contato para solicitar rota sobre a França, tendo um positivo, foi ao banheiro e deixou o copiloto sozinho. Passaram-se dez minutos entre apontar o nariz do avião para o chão, acelerar e atingir os Alpes. Agências de investigação da França e da Alemanha concluíram que o acidente foi deliberadamente causado pelo copiloto.
Andreas G. Lubitz, 27 anos, estava na companhia desde junho de 2014, com 630 horas/voo. Tinha sido considerado apto a voar em 2008, mas, em 2009, teve uma dispensa por distúrbio grave (depressão e pensamentos suicidas) e seu tratamento, de apenas seis meses, atrasou seu brevê em 11 meses.
Em dezembro de 2014, procurou vários médicos, por distúrbios do sono (2 a 4 horas) e por achar estar perdendo a visão. Em 2015, foi diagnosticado com distúrbio psicossomático e transtorno de ansiedade, medicado com antidepressivos, escondendo o fato da empresa.
Em cinco anos, Andreas se consultou com 41 médicos entre clínicos, psiquiatras, neurologistas e oftalmologistas, sete no mês da tragédia. Mãe e namorada acompanharam em algumas ocasiões.
Muitos fatores foram elencados para entender a atitude de Andreas, cujas consequências não só tiraram sua vida e de mais 149 pessoas, mas mudou, em todo o mundo, uma regra aeroviária.
Ele mentiu durante seu treinamento, ocultou o tratamento psiquiátrico para continuar voando, usou de afastamentos curtos para não perder o brevê e treinou embicar a aeronave no voo de ida. Se alguém tivesse realmente interferido em seu tratamento, não teríamos o terrível Germanwings 9525.
Preste atenção nos seus colegas e familiares. Procure ajuda.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente