Scania: 25 anos da greve que ajudou a mudar o Brasil
Às 7 horas do dia 12 de maio de 1978, numa sexta-feira, os trabalhadores na Scania Vabis (hoje Scania Latin América) bateram o cartão, entraram na fábrica e não ligaram as máquinas. De braços cruzados eles exigiam aumento de 20%.
O movimento nasceu de uma decisão do pessoal da ferramentaria e se estendeu por todos os setores. Era uma greve diferente, sem piquetes, acontecendo dentro da fábrica.
A direção da montadora chamou o Sindicato e quis prazo para uma resposta, pedindo para os trabalhadores voltarem ao trabalho. “De jeito nenhum”, respondeu Lula, então presidente do Sindicato.
A greve continuou durante toda a semana até que na sexta-feira a Scania ofereceu 6,5% e quebrou o movimento. Depois disso, um acordo entre o Sindicato e o sindicato das montadoras aumentou o percentual para 11%.
A greve na Scania, conhecida por Braços cruzados, máquinas paradas, fez com que outras greves estourassem pelo ABC e pelo País.
A reivindicação de melhoria salarial desafiava a política econômica da ditadura militar e se inseriu na luta pela redemocratização do Brasil. 1978 foi o ano da aprovação da Lei da Anistia e do fim do Ato Institucional nº 5.