Scania retoma participação de mercado
Com a disponibilidade de capacidade de produção na fábrica brasileira, a empresa manteve o ritmo das vendas e ainda aproveitou os programas de incentivos do governo, IPI e Pró-Caminhoneiro, para manter volume e ampliar participação de mercado
Um provável cenário de retomada das vendas de caminhões no mercado brasileiro é esperado para os últimos meses do ano. Há quem afirme que possa até mesmo faltar produto. Na Scania a espera atual por um caminhão é de cinco semanas, suficiente para não criar gargalos ou fila de espera.
O ritmo acelerado da produção visto em 2008 foi, para Christopher Podgorski, diretor geral da Scania no Brasil, como um ponto fora da curva de crescimento do setor aqui, e foi um período no qual criaram-se muitas oportunidades para todos os fabricantes. No entanto ele diz que o cenário atual é mais positivo na medida em que a cadeia de produção consegue atender aos clientes sem criar gargalos nas linhas de montagem.
Com a disponibilidade de capacidade de produção na fábrica brasileira – porque, com a crise, as exportações caíram – a empresa manteve o ritmo das vendas e ainda aproveitou os programas de incentivos do governo, IPI e Pró-Caminhoneiro, para manter volume e ampliar participação de mercado.
Segundo dados da Anfavea de janeiro a agosto a Scania vendeu, no atacado, 4 mil 333 caminhões pesados, retração de 9,4% ante o mesmo período do ano passado, a menor queda no setor em segmento que caiu 33,4%. Com este volume a Scania deteve 23,7% de participação nos pesados este ano, enquanto que no mesmo acumulado de 2008 sua fatia era 17,4%.
Para os últimos meses deste ano Podgorski acredita que principalmente os financiamentos oferecidos às pequenas empresas e aos autônomos devam continuar em alta até para aproveitar o período de vigência dos benefícios: “Pela primeira vez temos no Brasil um financiamento de caminhões com custo próximo ao oferecido no Exterior”.
Em agosto um terço das vendas faturadas na Scania foram negócios feitos com estes dois segmentos de clientes.
Outra importante parcela do faturamento da empresa no Brasil está focada na oferta de serviços. Há quatro anos, desde que a estratégia mundial da Scania passou a ser ampliar a importância dos serviços oferecidos na rede de concessionárias, a empresa tem colhido bons resultados.
Apesar da queda da demanda de serviços para setores como aço, papel e celulose e mineração a receita deste ano deve ser igual à de 2008. Isso porque outras campanhas estão em andamento: uma específica para clientes donos de caminhões das séries 2 e 3, que já representam 10% do faturamento total da divisão, e outra que fixa preços de algumas peças com até 50% de desconto.
Concorrência – A breve chegada dos caminhões pesados MAN ao mercado brasileiro não é temida, segundo Podgorski. O executivo reconhece a qualidade dos produtos da concorrente mas lembra que a adaptação de produtos europeus às condições brasileiras não é um trabalho simples diante da qualidade das estradas e do combustível brasileiros.
Da Autodata