Se faltavam carros, agora já faltam clientes
Renda em queda, preços altos e crédito caro provocam queda nas vendas de varejo
Sem fábricas paradas e filas de espera sendo atendidas, o mercado brasileiro de veículos começa a mostrar sua cara real – e ela é um tanto quanto feia. Os resultados de emplacamentos de automóveis e comerciais leves até o meio de setembro apontam para queda de vendas em 2022. Se faltavam componentes eletrônicos e carros para entregar, agora o que começa a faltar são clientes.
Existem muitos fatores negativos que estão segurando a demanda e devem continuar a segurar no horizonte não menor que um ano à frente. A queda de renda da população, corroída pela inflação, contrasta com os preços altos dos veículos – o preço médio de venda de carros segue na casa de R$ 130 mil.
Em contrapartida o crédito, que poderia amenizar este fator em suaves prestações, segue caro e restrito: o juro médio dos financiamentos a pessoa física encosta nos 30% ao ano, segundo acompanhamento do Banco Central, enquanto a inadimplência sobe e chega a quase 5%.
Estes fatores estão espremendo a demanda para baixo e desafiam as projeções já revisadas para baixo em julho passado pelas associações que reúnem fabricantes, a Anfavea, e concessionários, a Fenabrave, ambas prevendo um honroso zero a zero este ano contra o anterior.
Do AutoIndústria