“Se você tiver clareza de que lado está, pode até errar, mas erra do lado certo”

“O processo decisório de quem governa é muito solitário. A deliberação final é só sua e eu tenho algo que norteia a minha vida e a certeza que vocês vão entender porque todos passam por isso também: se você tiver clareza de que lado está, pode até errar, mas erra do lado certo”.

A fala do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), emocionou a todos enquanto descrevia sua vivência como militante e político no país e na cidade do interior paulista, e que deu apoio à produção do livro “Uma cidade na luta pela vida: da pandemia ao 8 de janeiro” (Alere Editora). O bate-papo sobre a obra, lançada em novembro passado, reuniu a categoria na noite da última quarta-feira, 17, na Sede do Sindicato.

“No livro eu relato um pouco como me tornei um militante político. Não que o livro seja uma autobiografia, mas tento contextualizar as políticas públicas de Araraquara e falo um pouco da minha história”, explicou. Como militante oriundo da Igreja Católica, Edinho contou que começou nos movimentos sociais ajudando trabalhadores vindos de vários estados nas décadas de 1980 e 1990.

Edinho lembra que se tornou lulista porque Lula foi sua grande referência quando jovem na periferia de Araraquara. “Um dia, veio um trabalhador falando das lutas dos metalúrgicos e foi naquele momento que o meu olho brilhou, vi a política como um instrumento de luta e, claro, os Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, hoje ABC, se tornaram referência para mim”.

Pandemia

Sobre o processo que viveu e pautou o livro, Edinho contou que nenhum prefeito tomou posse em 2017 com o manual na mão de como enfrentar uma pandemia. “A Covid-19 foi tomando conta das cidades e a gente sem conhecimento suficiente do que era necessário fazer. É como se um trem em alta velocidade fosse chegar e você não tem como contê-lo, mas, desde o início, norteamos a luta pela vida por meio da ciência”.

Golpe

Em 8 de janeiro de 2023, a primeira visita como chefe de Estado de Lula foi em Araraquara. Na ocasião, enquanto Edinho e o presidente articulavam uma resposta rápida para ajudar a população da cidade vítima dos danos causados pela chuva, Lula foi informado dos ataques em Brasília. “Naquele momento, tivemos uma aula do que é fazer política real, do que é um chefe de Estado unificar o país e derrotar, em um processo decisório de quem governa, uma tentativa de golpe”.

Exemplo

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, destacou que Edinho, mais do que um exemplo de gestor e dirigente partidário, é um exemplo a seguir como pessoa, militante, de quem tem compromisso com trabalhadores e trabalhadoras. “Quero agradecer aqui a sua presença, dizer que nós estamos muito felizes. A sua história vai inspirar cada um e cada uma que está aqui e quem ler a obra. Nós não vamos arredar o pé de lutar pelo projeto da classe trabalhadora, que é ser feliz”.