Segue a luta por um bom acordo

Mobilizações nas autopeças nesta quinta mostraram a disposição da categoria para a Campanha Salarial


Mobilização na Sachs, onde também teve protesto contra demissões. Foto: Amanda Perobelli

Os metalúrgicos do ABC mostraram nesta quinta-feira (8) muita disposição por um bom acordo para a Campanha Sa­larial 2011.

Protestos simultâ­neos pela manhã atra­saram a entrada em au­topeças como Arteb, de São Bernardo, Ou­ro Fino, de Ribeirão Pires, e TRW, Auto­metal e Metaltork, de Diadema, que fizeram manifestação conjunta.

Na ZF Sachs, em São Bernardo, além da mobilização pela Campanha Salarial, o pessoal parou à tarde contra a pressão e as­demissões na fábrica.

O repúdio aos rea­justes propostos pelos grupos 3, 8 e 10 deu o tom das assembleias.

“Os números es­tão muito longe de nos­sa expectativa”, afir­mou Hélio Honorato, o Helinho, coordenador da Regional Ribeirão Pires.

“São propostas que não atendem à categoria. Os patrões têm condições de avan­çar”, protestou David Carvalho, coordenador da Regional Diadema.

Segundo ele, os traba­lhadores continuarão a pressão na mesa de negociações, enquanto o Sindicato continuará com as mobilizações nas fábricas até quarta­-feira, dia da assem­bleia.

Protesto paralisa ZF Sachs
Os trabalhadores na ZF Sachs pararam nesta quinta a produção das 11h às 16h30, protes­tando contra o clima de assédio moral seguido de demissões ocorrido no início da semana.

“O ambiente é de revolta. A atitude de alguns chefes tem pre­judicado a relação com a alta direção da em­presa”, protestou Paulo Nogueira, o Arrepiado, do Comitê Sindical.

Ele acredita que a empresa fez isso para provocar os trabalha­dores, nesse momento decisivo da campanha salarial.

“A sensação é que a fábrica quer inibir as nossas reivindicações. Mas não vamos nos intimidar”, avisou.

Quarta, dia 14 tem assembleia geral e decisiva
Além de pressio­nar as bancadas patro­nais, as mobilizações também têm o objetivo de preparar a assem­bléia geral e decisiva da categoria, quarta-feira da semana que vem, às 18h, na Regional Diadema. Estão convo­cados metalúrgicos de todos os grupos, exce­to o pessoal das mon­tadoras, que já fechou acordo. A Regional de Diadema fica na Av. Encarnação, 290, Pira­porinha.

9% da Fundição e 8,5% do G2 rejeitados
A FEM-CUT re­jeitou 9% de reajuste proposto pelo setor de Fundição e 8,5% do Gru­po 2 (máquinas e ele­troeletrônicos), nesta quinta. “Ainda não são esses os números”, disse Valmir Marques, o Biro-Biro, presidente da Federação.

Mesmo assim hou­ve dois avanços na Fun­dição. O setor vai reco­mendar às empresas a realização de campa­nhas periódicas de pre­venção ao câncer e para as fábricas negociarem PLR com os sindicatos.

Segundo Biro-Biro, a recomendação é im­portante especialmen­te para o interior, pois muitas empresas não negociam porque não há essa obrigatoriedade na convenção coletiva.

Aumento real nas montadoras é de 2,43%
O Índice Nacio­nal de Preços ao Con­sumidor (INPC), que corrige os salários, acu­mulado nos 12 meses anteriores a data base, 1º de setembro, ficou em 7,39%. Em agosto ele atingiu 0,42%.

Desta forma, dos 10% conquistados pelos trabalhadores, 2,43% representa au­mento real. Como o acordo prevê 5% de real em dois anos, para 2012 o índice será de 2,51%.

A conta é a seguin­te: 1.0739 (INPC) mul­tiplicado por 1.0243 (real) será igual a 10%. O mesmo vale para o real: 1.0243 multiplica­do por 1.0251 resulta em 5%.

Da Redação