Segundo trimestre dará a indicação para o mercado de caminhões
A indústria de caminhões vem atravessando momento delicado frente ao aumento da taxa básica de juros, 13,25% ao ano, com possibilidade de avançar para 14,25% ainda em março e terminar 2025 em 15%. Se, por um lado, ainda estão sendo produzidos caminhões que foram negociados durante a Fenatran, em novembro, por outro quando as entregas acabarem – com a ressalva de que alguns pedidos foram cancelados diante do cenário – é possível que o mercado comece a se retrair por causa do encarecimento do crédito.
“Existe a tendência de queda nas vendas por causa do financiamento proibitivo”, assinalou Alexandre Parker, vice-presidente da Anfavea, durante a abertura do Fórum AutoData Perspectivas Caminhões na terça-feira, 18. “Esta é uma realidade. Embora a entidade ainda trabalhe com projeção de mercado estável muitas associadas já estão com expectativa de queda nas vendas.”
Para Parker os próximos três meses serão cruciais para balizar como o segmento se comportará este ano. A favor dele existe a expectativa de aumento de 10% da safra de grãos, para 328 milhões de toneladas, o que configurará uma super safra. Também o índice de confiança do consumidor segue trajetória ascendente e o PIB, ainda que abaixo do crescimento de 2024, deverá encerrar o ano com alta de 2%.
Dados da Anfavea apresentados por seu vice-presidente apontam que 78% das vendas de caminhões têm sido de semipesados e pesados, e que por causa do valor mais robusto requerem financiamento: “Os bancos de montadoras não têm tanto fôlego como os bancos privados, que fecharam a torneira diante da tendência de alta da Selic e do aumento da inadimplência. O aumento da taxa de juros exerce um efeito perverso no mercado”.
Da AutoData