‘Sem anistia’: nas ruas do país, trabalhadores pedem prisão aos golpistas pela democracia

Mobilização ocorreu em mais de 40 cidades. Na capital paulista, concentração foi no vão do Masp. Manifestantes saíram em caminhada ao centro da cidade

Trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias foram às ruas nesta terça-feira, 10, em mais de 40 cidades do país para os atos ‘Sem Anistia’ pela democracia. Na capital paulista, a concentração aconteceu à tarde no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Após discursos, manifestantes saíram em caminhada em direção ao centro da cidade.

Na pauta, a punição aos que tentaram dar um golpe de Estado, além de planejarem os assassinatos do presidente Lula; do vice-presidente Geraldo Alckmin; e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. A mobilização foi organizada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, além de movimentos sociais.

Para o secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans, a data escolhida para o ato, Dia Internacional dos Direitos Humanos, é um momento de grande reflexão e resistência. “A CUT é guardiã dos direitos e defensora da classe trabalhadora oriunda do campo e da cidade, público e privado, e não poderia deixar de se manifestar neste ato. Declaramos não à anistia para as pessoas que tentaram dar um golpe na democracia. A luta continua”.

Além da punição aos golpistas, os manifestantes reivindicaram o fim da escala 6×1, com redução da jornada de trabalho sem redução de salários; a taxação dos mais ricos; a garantia de investimentos na saúde e na educação, sem redução de gastos; contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do estupro; pela redução da taxa de juros; contra o genocídio da juventude negra; e valorização do salário mínimo e aposentadorias.

Em nota

A CUT e demais centrais emitiram em novembro nota sobre a trama golpista desde as eleições à presidência da República em 2022. O documento cobra celeridade nas investigações e punição exemplar aos envolvidos, para liquidar a escalada autoritária daqueles que não aceitaram perder o pleito eleitoral. Leia trechos:

“Assistimos com espanto e indignação as revelações da Polícia Federal sobre a trama golpista que tinha como objetivo assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva”.

“Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritária e avessa à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto. O caso extrapola a definição, já grave, de conspiração política, e avança para o crime organizado e para o terrorismo.”

“É preciso fortalecer o STF, os órgãos de justiça e as regras eleitorais. Fortalecer, sobretudo, o projeto nacional de desenvolvimento, com inclusão social, geração de empregos de qualidade e com direitos, engajando cada vez mais a população em um permanente aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito. Sem anistia aos golpistas! A democracia, reconquistada a duras penas em 1985, e a Constituição de 1988 devem ser cultivadas a cada dia. Democracia, democracia, democracia!”.