Sem aparecer na mídia comercial, greve dos petroleiros tem adesão de 12 estados
A greve de 24 horas dos petroleiros contra o novo plano de Gestão e Negócios da Petrobras mobilizou 13 sindicatos filiados, alcançou 12 estados e envolveu trabalhadores diretos e terceirizados de unidades operacionais de refino, plataformas marítimas, campos de produção terrestres, terminais da Transpetro, usinas de biodiesel, termoelétricas e áreas administrativas. Tudo isso sem que a mídia comercial noticiasse uma linha sequer.
A categoria decidiu parar por 24 horas na última sexta, em protesto contra o novo plano de negócios, que prevê cortes de US$ 89 bilhões – R$ 300 bilhões – nos investimentos e despesas da empresa, além de venda de ativos que poderá reduzir em US$ 57 bilhões – R$ 192 bilhões – o patrimônio da estatal.
Para a Federação Única dos Petroleiros, a FUP, isso significará o desmantelamento do Sistema Petrobras, colocando em risco empregos e conquistas sociais.
“Não tem cabimento a Petrobras apresentar para a sociedade brasileira um plano que visa todo esse encolhimento da companhia”, declarou o coordenador geral da Federação, José Maria Rangel. “Estamos chamando a atenção da categoria e da sociedade para combater essa ação”, prosseguiu.
A FUP e sindicatos filiados também lutam contra o Projeto de Lei 131, que pretende tirar a Petrobras da função de operadora única do pré-sal e acabar com a participação mínima de 30% que a empresa legalmente tem sobre os campos de petróleo desta região.
Para a Federação, a Petrobras está fazendo uma opção pelo mercado. “Sem papas na língua, os gestores deixaram claro o objetivo maior do Plano de Negócios 2015-2019, ao admitirem que a prioridade é reduzir o endividamento e aumentar a rentabilidade imediata para os acionistas. Não se importam nem um pouco com o desemprego em massa e a quebra da cadeia produtiva da indústria nacional”, concluiu Rangel.
Nota de solidariedade
Os Metalúrgicos do ABC se solidarizam aos companheiros petroleiros, que na última sexta-feira, dia 24, realizaram ato de paralisação em todo o País, organizado pela Federação Única dos Petroleiros, a FUP.
O Sindicato repudia a demissão de metalúrgicos, operários da indústria naval e da construção civil e petroleiros terceirizados, em função de obras paralisadas e investimentos suspensos pela Petrobras.
Reconhecemos, ainda, a ameaça que a alteração da Lei do Pré-Sal, proposta pelo senador José Serra, do PSDB/SP, pode provocar ao Brasil, colocando em risco a soberania nacional e o emprego de milhares de trabalhadores.
Da Redação.