Sem aumento há 20 anos, coveiros recebem salário de R$ 440
Os servidores retornaram ao trabalho, depois da promessa de mudança no piso da categoria, que hoje está em torno de R$ 440. Eles pedem R$ 1.600, mas a administração municipal se nega a conceder um valor superior a R$ 630, já incluídas as gratificações. Para o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo (Sindsep), Leandro de Oliveira, os rendimentos são incompatíveis com a função.
“Hoje tem muitos servidores pendurados em empréstimos bancários. Em algumas situações eles precisam fazer bico, mas esse pessoal tem uma jornada de oito horas de trabalho, o que acaba dificultando a realização de tarefas externas. Quem pode se vira, mas no geral é um pessoal que está endividado e podemos encontrar um índice alto de alcoolismo.”
Atualmente, pouco menos de 1,4 mil servidores são responsáveis pelo setor administrativo, cemitérios e transporte dos corpos de hospitais e prédios do Instituto Médico Legal para os velórios. Oliveira considera que os coveiros estão em pior situação.
“O serviço funerário é um dos setores que tem uma situação de insalubridade, de penosidade muito grande. O pessoal faz exumação de corpos. Algumas vezes sem condições materiais para fazer esse trabalho. A gente vem negociando com a prefeitura no sentido de garantir equipamentos de proteção individual e uma série de situações que não foram equacionadas.”
O Serviço Funerário Municipal não realiza concurso público há pelo menos cinco anos.
Da Radioagência NP