Sem cotas, Estatuto da Igualdade Racial é aprovado
Texto deixou de fora a previsão de cotas para negros na educação, nos partidos políticos e no serviço público e privado
Raquel Camargo
Para Zuza, a aprovação é importante, mas poderia prever as cotas
Depois de tramitar por sete anos no Congresso Nacional, o projeto do Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado na quarta-feira pelo Senado.
O texto deixou de fora a previsão de cotas para negros na educação, nos partidos políticos e no serviço público e privado, além do artigo que previa a adoção de políticas públicas de saúde para os negros.
O ministro da Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo, disse que o texto não é o ideal, mas retrata 90% dos anseios dos movimentos negros do País. Ele comentou que o Estatuto, ao definir como políticas públicas a implementação de programas de ações afirmativas, abre espaço para o governo federal regulamentar as cotas por decreto.
Luta
Para o coordenador da Comissão de Igualdade Racial do Sindicato, Cláudio Teixeira, o Zuza, a aprovação do Estatuto foi um passo importante, lamentando que o texto final não preveja as cotas.
“O movimento negro vai ter de continuar desenvolvendo ações afirmativas para que a igualdade racial seja implementada na prática”, comentou Zuza.
Roda de conversa
Na sexta-feira passada, na primeira Roda de Conversa do ano, o gerente das políticas de igualdade racial da Prefeitura de São Bernardo, Leon Padial, falou sobre as ações que são desenvolvidas na cidade, principalmente na áreas de saúde e educação.