“Sem dar um único tiro, fizemos a mais importante revolução social da história deste País”, diz Lula
(Foto: Adonis Guerra)
As ruas no entorno do Sindicato foram tomadas por milhares de trabalhadores, representantes de movimentos sociais e estudantes na noite de ontem no ato da Frente ABC contra o Golpe em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a sua fala voltada para a juventude. “Faz exatamente 48 anos que frequento este espaço e certamente dois terços das pessoas que estão aqui não tinham nascido quando esse prédio nem existia. Toda vez que tinha um problema, dizia para irmos à porta de fábrica receber a energia e aprender com a sabedoria coletiva”, contou.
“Daqui eu levei grandes ensinamentos para governar o Brasil. Foi graças ao aprendizado que tive neste Sindicato e nos movimentos sociais que pude provar, com a ajuda de vocês, que um peão sem diploma universitário seria capaz de fazer muito mais do que elite brasileira fez”, afirmou.
Lula destacou que o período em que vivemos é o mais longo da democracia no Brasil. “O País tem 500 anos e nós só temos 31 anos de democracia, sem interrupções. E me parece que os setores conservadores já se cansaram da democracia. Não porque ela não seja boa, é porque a democracia permitiu que, sem dar um único tiro, nós fizéssemos a mais importante revolução social da história deste País”.
“Eles diziam que nós não podíamos fazer política social, porque não tinha dinheiro para cuidar do pobre. O pobre era um problema para eles e nós provamos que neste País o pobre deixou de ser problema e passou a ser a solução”, avaliou.
Lula defendeu a democracia e os direitos conquistados pelos trabalhadores na luta. “Só desiste quem é covarde. Se lutar, a perspectiva de ganhar é muito grande”, concluiu.
(Foto: Edu Guimarães)
Manifesto
Durante o ato, o Manifesto em Defesa da Democracia e dos Direitos dos Trabalhadores foi lido e aprovado por unanimidade (foto acima).
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, afirmou que é preciso lutar contra a tentativa de golpe. “Os trabalhadores, daqui para frente, de ato em ato, irão construir o espetáculo da resistência, para promover a continuidade da democracia e a volta do crescimento econômico do Brasil”, conclamou.
“Vamos construir o Brasil dos trabalhadores e para os trabalhadores”, finalizou o presidente do Sindicato.
Da Redação