Sem Lenço sem Preconceito: Fissura labiopalatal: Tratamento começa com atenção

A solidariedade entre as mães de filhos com deformações labio-palatais as levou a criar a Associação de Pessoas Portadoras de Deficiência Auditiva e Fissura Labio-palatal – ADAF.

Fissura Labiopalatal é uma doença causada por má-formação congênita dos lábios (conhecida também como o lábio leporino) ou do palato (céu da boca). A cada 650 nascimentos, uma criança vai apresentar a fissura. E o que é mais assustador: de cada mil crianças portadoras da fissura, 350 podem morrer no primeiro ano de vida. A má-formação também pode ocorrer por uso inadequado de medicamentos, álcool ou drogas durante a gravidez.

A pedagoga Marisa Abreu de Carvalho Dias, mãe de uma criança com fissura labiopalatal e membro da Associação, disse que há tratamento e que as chances de recuperação são maiores se começar desde o nascimento até o vigésimo ano de vida e se todas as cirurgias forem realizadas na idade correta.

Vencer a desinformação dos pais e lutar pela ampliação do tratamento na rede de saúde são duas das atribuições da ADAF. “O tratamento começa com a aceitação dos pais ao problema”, explica Marisa, já que 92% das mães apresentam dificuldade de aceitação do bebê com fissura.

A primeira intervenção cirúrgica ocorre logo aos três meses e pode ser repetida num período de vida da pessoa dependendo do grau da fissura. O tratamento inclui ainda fisioterapia, fonoau-diologia e odontológico.

Em seu local de atendimento, a ADAF tem uma clínica para o acompanhamento dos casos, mas luta pela criação de serviços espe-cializados na rede de saúde, especialmente a pública. O único órgão que atendia no ABC encerrou as atividades cirúrgicas e só existe um hospital público especializado no Estado que fica em Bauru.