Seminário organizado pela Industriall-Brasil debate futuro da indústria automobilística no país
Dirigentes sindicais elaboraram pauta que será apresentada a uma mesa tripartite com sindicatos, empresários e governo federal
A Industriall-Brasil realizou nos dias 27 e 28 de março seminário sobre o futuro da indústria automobilística no país no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da Sede. A pauta elaborada no encontro será apresentada a uma mesa tripartite com sindicatos, empresários e governo federal.
Dentre os encaminhamentos estão a qualificação profissional dos trabalhadores sobre as novas tecnologias da cadeira produtiva da indústria de automóveis elétricos, a contrapartida sobre financiamento público das empresas no aumento do parque tecnológico e os impactos das mudanças no ambiente de trabalho.
Segundo o presidente da Industriall-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, é hora de dialogar sobre a pauta da classe trabalhadora, a construção de uma política pública industrial que proteja e amplie os empregos e traga melhores condições de trabalho na indústria de mobilidade.
“É fundamental conhecer as mudanças tecnológicas, pois os sindicatos precisam estar preparados para debater os impactos na vida dos trabalhadores e de toda a sociedade”, disse Aroaldo. Com apoio do Dieese, a participação de dirigentes da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT) e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) da Força Sindical, o encontro faz parte do projeto da IndustriALL Global Union, ‘Política Industrial para uma Transição Justa’, desenvolvido com o apoio do SASK, centro de solidariedade na Finlândia.
Na atividade
Aroaldo falou ainda sobre a viagem da delegação dos Metalúrgicos do ABC à China e pontuou que o objetivo foi aprender a estratégia adotada pela China para iniciar a transição para eletrificação e os resultados desse processo para o país. “A evolução de forma acelerada e o processo de descarbonização impactaram de forma positiva nas cidades e no bem-estar da população, considerando que o desenvolvimento é pensado tanto para as empresas quanto para as cidades”.
“Toda essa estruturação da China é possível devido ao incentivo em relação à pesquisa e ao desenvolvimento e ao planejamento do governo de longo prazo para o país, por isso a importância da articulação e de traçar metas visando onde o país quer chegar”, contou.
Cadeia produtiva
Os dirigentes sindicais realizaram também um debate sobre os impactos desses investimentos no emprego e nas condições de trabalho da cadeia produtiva da indústria de automóveis e caminhões no Brasil. O secretário-geral da CNM/CUT, Renato Carlos Almeida, o Renatinho, destacou a importância de os dirigentes estarem informados e atentos aos debates em torno da transição energética.
“É preciso buscar o protagonismo nos projetos de eletromobilidade por meio da incorporação tecnológica dos componentes”, disse. O dirigente reiterou ainda a necessidade de alinhar o posicionamento dos sindicatos e a articulação de uma contraproposta para os temas que são de interesse dos trabalhadores.