Seminário PróFerramentaria SP dá início ao programa na região

Objetivo é a retomada do setor de ferramentaria no ABC, no Estado e no país. Programa foi construído em conjunto entre Sindicato, empresários, universidade e governos

Foto: Edu Guimarães

Ao reunir trabalhadores, empresários, universidade e governo, o seminário PróFerramentaria SP discutiu as possibilidades do programa para o setor, com geração de empregos e capacitação profissional dos trabalhadores. O encontro foi realizado na manhã de ontem, no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul.

O diretor executivo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, ressaltou a importância da construção do programa de maneira quadripartite.

“É um esforço de todas as partes de dialogar e construir um modelo de programa para resgatar este setor importante da indústria, com competitividade e produtividade. O seminário é fundamental para a região começar a se organizar para as oportunidades que o programa oferece”, afirmou.

O dirigente apresentou o perfil dos ferramenteiros e a gravidade da situação do setor, com queda de empregos e fechamento de empresas (confira tabela).

“O setor é fundamental para o enraizamento da cadeia produtiva. É do molde de ferramentaria que surgem todos os projetos do setor automotivo, linha branca, linha marrom e outras. É preciso recuperar a pujança do setor”, defendeu.

“Reforçamos que o Sindicato é de luta por ganhos salariais, direitos dos trabalhadores, mas também é de luta em defesa e valorização da indústria nacional, do progresso do país e do desenvolvimento econômico. Vamos ser importantes agentes fiscalizadores do programa porque temos todo interesse que dê certo, traga resultados e possa irradiar para outros setores, com geração de empregos e capacitação de trabalhadores. A luta é para que a região, o Estado e o país tenham toda a capacidade e inteligência para a retomada da indústria nacional”, defendeu.

Recursos para ferramentaria

O representante da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, Luiz Marcio de Souza, explicou o que é o programa e tirou dúvidas de como se dará seu funcionamento. A utilização do crédito acumulado de ICMS das empresas tem o objetivo de impulsionar e aumentar a competitividade da ferramentaria e da indústria paulista, garantindo que os recursos serão liberados de forma célere e programada. 

O diretor de relações governamentais na Volks, Antonio Megale, falou sobre o cenário da indústria automobilística no país e reforçou que o programa é uma janela de oportunidades para a recuperação do setor e de ganho de competitividade com os créditos retidos que pertencem às próprias empresas. Também destacou o Rota 2030 como um programa que irá se juntar ao PróFerramentaria para o desenvolvimento do setor e que as empresas tem feito aportes significativos na ferramentaria.

Quando as montadoras e as autopeças exportam, realizam o pagamento do ICMS, porém elas adquirem um crédito como forma de incentivar as exportações. Este recurso fica parado no caixa do governo do Estado. Pela proposta, o governo libera o crédito desde que as empresas se comprometam a utilizá-lo em investimentos no setor.

O debate foi organizado pelos Metalúrgicos do ABC, CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT) em conjunto com as associações Abinfer, Abimaq, o APL de Ferramentaria do Grande ABC e o Instituto Mauá de Tecnologia.