Senadores afirmam que governo age para expandir a pandemia, não para controlar
Os Metalúrgicos do ABC realizaram no final da tarde de ontem uma live com os senadores e médicos Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Zenaide Maia (PROS-RN) para debater os rumos da CPI da Covid-19. A conversa foi conduzida pelo secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges.
O dirigente abriu a conversa destacando a importância de mostrar à população as ações que estão levando os milhares de mortos no Brasil por incompetência do governo Bolsonaro.
“Esse é um tema importantíssimo que todo o Brasil acompanha para que possamos discutir o que está acontecendo no nosso país onde milhares e milhares de pessoas já morreram. O que os trabalhos da CPI estão indicando é que há responsabilidade, ou melhor, irresponsabilidades por parte do governo federal”.
“Se o governo levasse a ciência a sério, colocava dinheiro para o povo poder cumprir o isolamento”, defendeu.
Na próxima terça-feira, 8, a Comissão ouve novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. No dia seguinte, será o secretário-executivo da pasta, Antonio Élcio Franco.
Confira trechos das falas dos senadores. A íntegra da live pode ser conferida no vídeo disponível no fim desta matéria.
“Costumo dizer que informação é poder, quanto mais a gente der visibilidade ao tema, sobre as ações e omissões do governo que fizeram com que a gente chegasse a mais de 460 mil óbitos, melhor. Essa CPI foi instalada muito tarde.
Uma coisa é a gente ouvir falar que o laboratório ofereceu vacina e o governo não respondeu, que o Instituto Butantan procurou o governo, não só para oferecer vacina, mas também pediu ajuda financeira para ampliar seu laboratório. Acredito que se a gente tivesse conseguido instalar antes, o povo já teria uma visão e começaria a cobrar.
A CPI está mostrando ao povo brasileiro a omissão e as transações totalmente esdrúxulas que o governo federal tem feito com esse negacionismo. Não tínhamos o direito de estar errando tanto porque já tínhamos experiências de outros países de medidas para proteger a população”, senadora Zenaide Maia.
“A condução da pandemia pelo presidente, sem dúvida, é a pior do mundo. Adotou a estratégia de estimular a transmissão da doença na tentativa de produzir o que se chama de imunidade coletiva.
Essa tese é completamente absurda, o vírus tem uma capacidade de mutação muito grande e é praticamente impossível que aconteça, além de que para chegar a uma situação como essa o número de mortes, sequelados e o grau de esgotamento do sistema de saúde é muito grande.
Bolsonaro persistiu, não fez nenhum esforço para aquisição das vacinas e a consequência é o número gigantesco de pessoas mortas. Está dedicado não a enfrentar os problemas do Brasil, mas a se reeleger, quer circo e decide sediar a Copa América, que vai trazer pelo menos 1.500 pessoas que, além de ficarem expostas à contaminação, podem trazer variantes e contribuir para o esgotamento do sistema de saúde”, senador Humberto Costa.
“O governo assumiu largar os brasileiros à própria sorte. É uma gravidade sem tamanho, é uma ação dolosa. Deixa a população exposta ao vírus, promove a exposição ao vírus, começa dizendo que é gripezinha, faz aglomeração, questiona o uso de máscara, interfere nas medidas restritivas tentadas por governadores e prefeitos, não dá a mínima para as vacinas.
Para isso inventou a cloroquina, que tem papel nas mortes no Brasil porque foram substituídas todas as medidas de controle não farmacológicos pela cloroquina. Ele adotou uma única medida que foi o tratamento precoce, enganando o povo desde o ano passado, mesmo depois que a OMS avisou ao mundo que a cloroquina não tinha ação comprovada, pelo contrário, era arriscada e as mortes poderiam ser maiores.
Por isso, não tinha lugar para testagem, isolamento social, vacina porque Bolsonaro apostou tudo na cloroquina, é o capitão da morte e da cloroquina no Brasil. É a besta sanitária do apocalipse que estamos vivendo”, senador Rogério Carvalho.
CONFIRA ABAIXO A LIVE REALIZADAS NAS REDES DO SINDICATO