Senai terá crédito de R$ 1,5 bi do BNDES para qualificação profissional
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a concessão de um financiamento de R$ 1,5 bilhão ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O recurso será investido pela instituição em programas de treinamento e qualificação profissional para ampliar a oferta de mão de obra qualificada no País, um dos principais gargalos da economia.
O financiamento corresponde a 74% dos investimentos do Programa Senai para a Competitividade Industrial, que pretende ampliar de 2,1 milhões para 4 milhões o número de matrículas na educação profissional até 2015.
Na área de serviços técnicos e tecnológicos, a intenção é mais do que dobrar os contratos de prestação de serviços, chegando a 283 mil em 2015.
A instituição de educação profissional é ligada ao Sistema S, que recebe recursos oriundos da contribuição compulsória de 2,5% sobre a folha de pagamento das indústrias.
O chefe do Departamento de Operações Sociais do BNDES, Henrique Rogério da Silva, explica que a operação é um empréstimo aprovado no âmbito do Programa BNDES Qualificação, criado para contribuir com a diretriz do Plano Brasil Maior para a redução da escassez de mão de obra.
O crédito aprovado para o Senai é o primeiro do programa, que tem um orçamento de R$ 3 bilhões disponíveis para desembolsos até abril de 2013, com possibilidade de ampliação. Nesse programa, o BNDES oferece empréstimos com prazo de até 15 anos, incluindo carência, e taxas compostas por TJLP (6% ao ano) e custos financeiros nos segmentos investimento e inovação.
Novos centros
Os recursos do BNDES serão aplicados, principalmente, nas obras de infraestrutura e modernização da rede nacional de escolas técnicas e centros de referência do Senai, além de criar uma nova categoria de centros tecnológicos voltados para o fomento de pesquisa e desenvolvimento. A instalação será guiada pela proximidade e parceria com indústrias.
Silva explica que, sob orientação do governo, o BNDES quer usar o crédito para estimular a abertura de vagas em instituições técnicas privadas ou de caráter patronal para suprir a demanda crescente de qualificação de mão de obra técnica que as instituições públicas não comportam. A ideia é ampliar o número de vagas que poderão beneficiar trabalhadores com as bolsas e os financiamentos previstos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), lançado pela presidente Dilma Rousseff no fim de 2011.
“Os institutos federais mais do que dobraram nos últimos anos, mas ainda não dão conta de uma demanda não atendida que existe atualmente. O Senai tem um papel importante nisso porque qualifica profissionais dos níveis mais básicos aos ligados à tecnologia que as empresas precisam desenvolver”, justificou Silva.
Rodrigo Ximenes Secca, engenheiro da área social do BNDES, disse que a expansão do Senai também criará empregos para professores, instrutores e corpo técnico. Com o incentivo, a previsão é de aumento de até 50% no número de docentes da instituição.
Do Estadão