Sérgio Nobre defende sistema de proteção ao emprego
Estudo concluiu que Brasil e Alemanha souberam enfrentar a crise em 2008. País europeu tem sistema que protege o emprego
Foto: Rossana Lana / SMABC
Estudo comparativo produzido pela Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Bonn, na Alemanha, concluiu que os dois países tomaram medidas adequadas, embora diferentes, de flexibilidade para proteger o emprego durante a crise econômica mundial em 2008.
“A Alemanha enfrentou bem as dificuldades porque possui um sistema nacional de proteção do emprego”, afirmou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, que comentou o estudo com professores das duas universidades e o senador e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro.
“Em nosso País, a crise só não fez mais estragos porque o governo federal adotou medidas indutoras da economia que subsidiaram atividades em setores com forte geração de empregos como a construção civil e a indústria automotiva”, prosseguiu.
Nos dois casos, entretanto, houve trabalhadores que sofreram mais, pois existe uma espécie de dualidade contratual nos dois países. “Na Alemanha, o sistema não protegeu os companheiros contratados por prazo determinado. No Brasil, a crise atingiu mais o pessoal na informalidade”, explicou o dirigente.
“O drama é que em nosso País cerca de 50% dos trabalhadores estão nesta categoria, ao contrário da Alemanha, onde o número de temporários é menor em relação aos demais”, disse Sérgio Nobre.
“Precisamos de um sistema de proteção ao emprego condizente com nossa realidade”, defendeu o presidente do Sindicato. “Na Alemanha, o trabalhador afastado perde as férias de final de ano, aqui, quem perde o emprego não paga o aluguel, não compra comida etc.”, concluiu.
*Corrigido em 25/11
Da Redação