Serra esconde visita de senadores ao Metrô

Amigo dos patrões da imprensa, o governador pediu que a mídia não noticiasse a visita de comissão do Senado às obras. Já o PT pediu instalação de CPI do Metrô no Supremo Tribunal Federal.

Serra e seu secretário de Comunicação, Hubert Alqueres, falaram diretamente com os proprietários dos meios de comunicação para não divulgarem a visita feita por senadores às obras do Metrô de São Paulo na última segunda-feira.

A denúncia é de Mino Carta, um dos maiores jornalistas do Brasil, criador das revistas Veja, IstoÉ e Quatro Rodas e do Jornal da Tarde. Mino, que hoje dirige a revista CartaCapital, conta que os senadores vistoriaram as obras acompanhados por jornalistas de rádios, jornais e tevês.

Só que, segundo ele, as matérias não foram divulgadas porque Serra determinou que Alqueres pedisse diretamente aos donos dos meios de comunicação para não publicarem ou levarem ao ar a reportagem.

“Como Serra há muito tempo goza de imenso prestígio junto aos patrões da mídia nacional, com os quais mantém encontros periódicos, seu pedido foi atendido”, afirma Mino Carta.

PT apela ao Supremo para instalar CPI

Um pedido de CPI para investigar as obras do Metrô de São Paulo foi protocolado no STF (Superior Tribunal Federal) por dois deputados do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, Ênio Tatto e Simão Pedro.

“O presidente da Assembléia jogou a CPI do Metrô para o final de uma fila de 70 pedidos de outras CPIs” denunciou Simão. “Se for respeitada essa ordem, a CPI do Metrô só vai funcionar em seis ou sete anos”, afirmou.

Os deputados basearam o pedido em decisões anteriores do Supremo. Em 2004, o STF já mandara o Senado abrir a CPI dos Bingos. Em 2006, ele determinou que a Assembléia  abrisse CPIs.

Em São Paulo, para uma CPI existir é necessário um terço das assinaturas dos deputados, ou seja, 32 assinaturas. A CPI do Metrô conseguiu as 32 assinaturas no dia 13 de fevereiro, quando foi protocolada. Mas o presidente da Assembléia, que é aliado ao governo do Estado, não instalou a Comissão.

Simão entende que a decisão está errada e a CPI do Metrô deve funcionar devido seu impacto nacional e internacional, o volume de recursos envolvidos, as dúvidas sobre o contrato com o Consórcio Via Amarela, a intenção de privatizar essa linha e verificar se existe segurança nas obras atuais e nas futuras instalações.