Servidores preparam bota-fora de Serra


Milhares de professores fazem assembleia em frente ao Palácio dos Bandeirantes

No embalo da greve dos professores, o funcionalismo público estadual reúne-se amanhã na Praça do Patriarca para um bota-fora do governador José Serra, que deve deixar o cargo para concorrer às eleições presidenciais.

Os funcionários públicos prometem realizar um grande almoço ao meio dia com o tíquete-alimentação de R$ 4,00.

Na sequência tem nova assembleia dos professores da rede pública na Av. Paulista, em greve desde 8 de março. A greve é seguidamente hostilizada pelo governo estadual, que não negocia, e as manifestações fortemente reprimidas pela PM, como ocorreu na sexta-feira passada.

A ação da PM começou bem antes da manifestação, com paradas de ônibus vindos do interior ainda nas estradas. Depois foi proibido um ato próximo ao Palácio do Governo, quando houve confronto entre policiais e professores.

Brutalidade – “A manifestação é a demonstração do desejo dos professores de resolver a questão. Mas o confronto acentua o caráter autoritário do governador”, lamentou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

Segundo a professora Gláucia Moraes, enquanto professores e estudantes gritavam palavras de ordem pedindo passagem até o palácio, a polícia procurou aumentar a área de isolamento, iniciando o conflito. “De repente só vimos bombas e entramos em desespero”, descreve Gláucia.

A aposentada Terezinha Moraes lamenta a violência desmedida contra os professores. “Comecei a dar aula em 1967, sempre participei de greves, mas essa é a primeira vez que vejo e sou alvo de uma brutalidade como essas”, salienta. “Antigamente, os policiais levavam até cães para as manifestações, mas chegávamos até o Palácio sem sofrer nada”, condenou Terezinha.