Setor auto entregará estudo de competitividade ao governo no próximo mês

O setor automotivo entregará no próximo dia 4 de abril ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estudo de competitividade realizado por treze sindicatos ligados à cadeia, informou Paulo Butori, presidente do Sindipeças, durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2011, na segunda-feira, 14. “O estudo está quase pronto e mostra aquilo que discutimos há anos.”

Butori disse que o setor, em especial cerca de quatrocentas empresas de pequeno porte de capital nacional, precisa de medidas rápidas. “Não adianta promulgar uma lei para proteger esse ou aquele determinado setor produtivo, porque ela chega na OMC e é derrubada. Há outras formas de ajudar a indústria, como criação de linhas do BNDES com juros mais baratos para empresas que tenham até 51% de capital nacional, ou desburocratizar trâmites.”

O consultor Luiz Gonzalo Guardia Souto, ao lado do executivo do Sindipeças em painel no evento, defendeu mecanismos que coloquem em pé de igualdade as empresas aqui instaladas com as no Exterior – que alguns casos contam até com subsídios governamentais. “O Sindipeças fez nos últimos anos diversos pleitos para tentar melhorar a competitividade do setor mas o governo demora a responder”, reclamou Butori.

De acordo com o presidente do Sindipeças os associados da entidade investem e, na hora de negociar com as montadoras, são preteridos por importadores com produtos a preços mais baixos. “Esse papo de nacionalização é muito coisa de discurso. Na prática o preço menor sempre leva, não importa se nacional ou importado, e nossas margens ficam cada vez mais apertadas. E nosso lucro, que já é baixo, fica quase todo no sistema financeiro.”

Virgilio Cerutti, presidente da Magneti Marelli, empresa que teve no Brasil seu segundo maior mercado no ano passado, afirmou que, no seu caso, há a vantagem de produzir aqui e lá fora. Mas defendeu a nacionalização da produção: “Depender só do câmbio é perigoso.”

Da Autodata