Setor automotivo deve crescer 6% ao ano no Brasil até 2020

A década iniciada neste 2011 será, sob o ponto de vista da indústria automotiva global, da América Latina, deixando para trás o período passado em que as atenções estiveram voltadas para os mercados russo, indiano e chinês. A conclusão é de estudo publicado pela Roland Berger, empresa global de consultoria.

De acordo com o estudo, que dentre outros analisou tendências para o mercado latino-americano até 2020, o Brasil manterá taxa de crescimento na produção anual de veículos de 6% a 7%. E passará, afirma a consultoria, por fase de maior pulverização da participação das montadoras no mercado e também por maior diversificação da oferta de veículos.

Para a Roland Berger 78% dos brasileiros já atingiram patamar de receita que os possibilitaria adquirir um veículo. A pesquisa afirma que o número de habitantes do País deverá atingir 215 milhões em 2020, sendo então 180 milhões aqueles com renda para adquirir um veículo – nada menos do que 83% do total.

Com a expansão de potenciais compradores, em 2020, a produção anual de veículos no Brasil é projetada pela pesquisa na casa de seis milhões. Para atender essa demanda, calcula a consultoria, fabricantes investirão € 10 bilhões e fornecedores mais € 9 bilhões no País ao longo desta década.

O relatório aponta também que, apesar da tendência das vendas de tradicionais líderes de mercado – em todos os segmentos – continuarem a crescer na década, seus respectivos índices de participação de mercado devem diminuir à medida que a competição tornar-se mais e mais acirrada.

O Brasil também deverá passar a contar com um portfólio maior de modelos de automóveis: acredita a consultoria que nosso mercado doméstico em 2020 será mais próximo do que nunca do padrão de mercados maduros.

O relatório da Roland Berger afirma também que as empresas do setor estão revendo, para cima, suas projeções de expansão em toda América do Sul, vez que a utilização da capacidade instalada está em muitos casos próxima de 90%.

Ainda de acordo com a pesquisa a Argentina deverá registrar expansão de 4% ao ano de 2010 a 2020, passando de uma produção em torno de 600 mil veículos/ano para pouco mais de 900 mil /ano. A alta será puxada não só pela expansão do mercado local mas também pela produção para exportação para países vizinhos como o Brasil.

Aponta a Roland Berger que os investimentos têm voltado a crescer na Argentina, bem como a presença dos principais fornecedores e sistemistas globais.

Na Venezuela a situação política ainda mantém os investimentos em suspenso e as empresas cautelosas enquanto discussões sobre nacionalização de empresas prosseguem. Mas, na opinião da consultoria, uma mudança política poderia alterar a posição da Venezuela no comércio de automóveis. A projeção para o mercado automobilístico do país é de crescimento de 5% até 2020.

Já na Colômbia, o crescimento econômico e a crescente estabilidade política e a melhoria na segurança a têm feito emergir como um dos mercados mais promissores no futuro, com projeção de expansão do setor de 5% ao ano.

Da Autodata