Setor automotivo fecha 2012 com 85,7% de participação no total de consórcios

O setor automotivo, segmento que detém maior participação no sistema de consórcios do País, 85,7%, encerrou 2012 com 4,44 milhões de consorciados de veículos automotores, 12,4% a mais do que o registrado em 2011, informou a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) em coletiva à imprensa na quarta-feira, 20. Desse total, 54% foram aquisições de motos, 41,5% de veículos leves (automóveis, utilitários e comerciais leves) e 4,5% de pesados (caminhões, ônibus, tratores, implementos rodoviários e agrícolas), incluindo novos e seminovos.
De acordo com Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da associação, os consórcios já representam 12,5% do total de veículos leves vendidos no País e quase metade das vendas das motocicletas. O volume total dos negócios cresceu 14,6% em 2012, totalizando R$ 59,8 bilhões.
Considerando apenas as novas cotas vendidas no ano passado, o acréscimo foi de 4,1% sobre 2011, para 2,28 milhões de unidades. O total de contemplações – quando os consorciados têm a oportunidade de comprar o bem – acompanhou a expansão, com alta de 15,4% em 2012 ante 2011.
Veículos leves
O número de adeptos ao consórcio de veículos leves saltou 22,2% em 2012, para 1,87 milhão. A venda de novas cotas aumentou 9,3% (881,5 mil), as contemplações, 16,8% (355,6 mil) e o volume de negócios, 18,6%, somando R$ 37 bilhões.
“Com exceção do segmento de serviços, o de veículos leves foi o que apresentou melhor desempenho. Influenciaram os resultados a redução do IPI, que proporcionou maior procura por automóveis, e, claro, o aumento de pessoas aderindo ao planejamento financeiro. Notou-se também maior procura por veículos mais caros, já que os prazos para pagamentos em alguns planos foram estendidos para até 72 meses”, comentou Rossi.
Veículos pesados
Apesar do fraco desempenho dos caminhões em 2012 por causa da chegada da nova tecnologia Euro 5 (P7), que tornou os modelos mais caros, o segmento de pesados no geral também reafirmou o consórcio como opção para compra do primeiro veículo ou mesmo para renovação e expansão de frota.
O total de participantes de consórcios de veículos pesados cresceu 9,6%, totalizando 200 mil. A venda de novas cotas chegou a 54,1 mil, alta de 2,9% sobre 2011. As contemplações subiram 8,9%, para 33,2 mil. E o volume de negócios fechou com R$ 7,9 bilhões.
Máquinas agrícolas
Do total de veículos pesados consorciados, 35% corresponderam a máquinas agrícolas, incluindo tratores e implementos. O presidente explica que além do forte momento do agronegócio, as datas flexíveis de vencimento das parcelas, estabelecidas de acordo com a colheita da safra, bem como o valor dos créditos, que variam entre R$ 7,5 mil e R$ 1,1 milhão, contribuem para a expansão do consórcio nesse segmento.
“Temos atualmente 69 mil consorciados de máquinas. Desses, 73,1% são produtores rurais e 26,9% pessoas jurídicas, como locadoras. A tendência é aumentar.”
Motocicletas
Com 45,1% de participação nas vendas internas de motocicletas, o total de participantes de consórcios de motos em 2012 cresceu 6,3%, para 2,38 milhões de ativos, aponta a Abac. A venda de novas cotas anotou alta de 1,5% (1,35 milhão) e o número de contemplações expandiu 14,8% (739 mil) ante 2011. A movimentação no setor foi de R$ 14,9 bilhões no ano passado.
Inadimplência
A taxa de inadimplência para o sistema de consórcios, aponta Rossi, vem se mantendo estável nos últimos anos dos 50 em que esse tipo de negociação existe no Brasil. “Para veículos leves, o patamar da inadimplência é de 2,3% a 2,4%. Já para pesados, de 5,4% a 5,9%. São taxas baixas se comparadas a outros sistemas atuantes no mercado.”
Projeção
A Abac acredita que 2013 tende a ter um aumento entre 5% e 7% da participação dos consórcios nas vendas de veículos automotores. “O reaquecimento da economia e da indústria e o aumento do nível de emprego, que proporcionará ao consumidor assumir compromissos de médio e longo prazo, impactarão fortemente. As classes C e D terão mais poder aquisitivo e também estarão mais participativas”, conclui o executivo.
Do Automotive Business