Setor automotivo: Política setorial só com contrapartidas sociais

O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, disse ontem serem bem-vindas as políticas setoriais de crescimento de produção, desde que tragam contrapartidas sociais aos trabalhadores e facilidades aos consumidores.

Ele se referia à proposta do governo federal que prevê ampliar em um terço o mercado interno de veículos até 2006. Isso seria possível por meio do parcelamento de impostos sobre o carro zero.

O Ministério do Desenvolvimento acredita que é viável com esta decisão a produção de 500 mil veículos além dos 2 milhões e 100 mil carros que devem ser produzidos este ano.

“Todas as medidas que estimulem a produção são interessantes. No entanto, não apoiaremos uma política industrial que não envolva contrapartidas sociais aos trabalhadores e facilidades aos consumidores”, afirmou Feijóo.

Apesar do Sindicato não ter sido convidado para discutir o assunto, a pauta de contrapartidas é conhecida.

Feijóo lista como fundamentais a garantia de metas de emprego, representação no local de trabalho, piso nacional único, redução e padronização da jornada de trabalho.

Segundo ele, o consumidor deve contar com preços menores e mais facilidade de financiamento com juros reduzidos.

“As políticas de incentivo devem ser boas para todos e não apenas para as empresas”, enfatizou Feijóo, lembrando que o Sindicato participou de todos os acordos anteriores com as montadoras e, em muitos deles, foi o autor de propostas que depois foram implantadas.