Setor automotivo: Sindicato apóia desafio de Lula

Durante visita a fábrica da Fiat em Betim (MG), na última sexta-feira, o presidente Lula desafiou as empresas do setor automotivo a fecharem com o governo e os trabalhadores um acordo nos moldes da Câmara Setorial de 1992. “Os metalúrgicos do ABC apóiam Lula neste desafio”, afirmou ontem o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.

“Queremos um acordo como aquele, capaz de realavancar as vendas do setor, de onde surgiu o conceito de carro popular e todos saíram ganhando”, disse ele.

Feijóo explicou que isso pode se repetir com vantagens para o consumidor por meio da diminuição dos preços dos veículos; vantagens para o trabalhador através de contrapartidas como piso salarial nacional, organização no local de trabalho, 40 horas semanais e outras; vantagens para as empresas com o aumento do consumo e, portanto, das vendas; e finalmente vantagens para a sociedade, pois um acordo desses revitalizaria a economia gerando empregos, aumentaria a arrecadação de impostos que trazem obras e assim por diante.

Ele frisou que o Sindicato não aceita mais políticas de quebra-galho para o setor automotivo, citando como exemplo apenas a redução do IPI dos veículos em tempos de crise, como foi até o mês passado.

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“Preparamos uma série de medidas para a retomada do crescimento no setor, que agrupamos no Plano de Sete Metas e entregamos ao presidente Lula como contribuição a seu programa de governo. Portanto existem caminhos a serem seguidos”, prosseguiu o dirigente.

Feijóo lembrou também que o Sindicato manteve uma série de reuniões com empresas automo-tivas até fevereiro passado, mas por causa de divergências entre elas não foi possível um acordo.

“Esperamos que agora, após a fala do presidente, as empresas revejam sua postura e participem da elaboração de um plano que ocupe a capacidade ociosa da produção, aumente as vendas, crie empregos, barateie o preço dos veículos e tenha as contrapartidas sociais que os trabalhadores reivindicam”, finalizou o presidente do Sindicato.