Setor bancário mantém ´contramão´ e corta 3.300 vagas este ano
Enquanto desempregam e submetem população a serviços de má qualidade, bancos ampliam lucros
Dados são de pesquisa da Contraf-CUT elaborada pelo Dieese. Setor mantém alta rotatividade, contratando trabalhadores com salários menores dos que foram demitidos
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e elaborada pelo Dieese revela que o setor reduziu o número de postos de trabalho em 3.300 de janeiro a setembro. O resultado vem na contramão do restante da economia, que criou mais de 904 mil novos postos de trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. O lucro acumulado das seis maiores instituições bancárias foi de mais de R$ 28 bilhões, no mesmo período.
O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, comentarista da Rádio Brasil Atual, destaca que a consequência de tal processo é o achatamento dos salários em decorrência da alta rotatividade, pois os trabalhadores que são contratados recebem menos em relação àqueles que foram demitidos. O salário médio de um bancário demitido é de R$ 5.250, enquanto o de um bancário contratado é de R$ 3.320 – uma diferença de 37%.
A pesquisa também revela que a diferença de salários entre homens e mulheres continua em torno de 24%. Em média, o salário de admissão de um homem é de R$ 3.760 e de uma mulher que entra no setor bancário, de R$ 2.850. No desligamento, a situação se repete, com o homem recebendo em torno de R$ 6.000 e as mulheres R$ 4.400, uma diferença de 26%.
Clemente afirma que tal situação é “motivo pelo qual as entidades sindicais permaneçam na luta contra a rotatividade e contra a terceirização visando a melhorar as condições de trabalho e a geração de empregos no setor”.
Da Rede Brasil Atual