Setor produtivo esta menos apreensivo com a Crise, diz Ipea

Estudo do Instituo revela pequena melhora em relação ao mês de fevereiro (4,36), indicando possível ruptura nas expectativas das diferentes atividades econômicas

O Sensor apurado no mês de março mostrou, pelo terceiro mês consecutivo, apreensão no setor produtivo brasileiro. O resultado, no entanto, revelou pequena melhora em relação ao mês de fevereiro (4,36), indicando possível ruptura nas expectativas das diferentes atividades econômicas. A nota mais preocupante reside na queda das expectativas em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Em março, nenhum setor acredita mais no crescimento acima de 1,6%, passando a desenhar algo abaixo de 1,5%. Com relação às exportações, o quadro continua adverso (fev= -32,1; e mar= -27,2), com discreta melhora.

Nos Parâmetros Econômicos, a confiança na estabilidade dos principais preços da economia permaneceu. Portanto, assim como em fevereiro, espera-se em março: taxa de câmbio estável (variação nominal entre 0% e 4% em 12 meses); nenhum crescimento da inflação; e queda na taxa de juros entre 0,5% e 3%. A diminuição da apreensão em relação ao acesso ao crédito continua no mês de março (jan= -18,8; fev= -8,3; e mar= -0,6), apontando para um menor receio do setor produtivo quanto ao financiamento.

Para o Desempenho das Empresas, também se observa, desde janeiro, redução do temor de queda nas vendas (jan= -9,9; fev= -6,4; e mar= -3,3). Isso significa que o setor produtivo tem expectativas agora melhores, e de que as vendas devem crescer perto dos 2% em 12 meses.

Verifica-se o mesmo movimento de aumento da confiança quanto à saúde financeira das empresas: enquanto o cenário de janeiro mostrava-se adverso (jan= -25,0), em março encontra-se na zona de apreensão (mar= -18,0). Em outras palavras, as empresas esperavam piora da situação financeira, enquanto a expectativa hoje é de estabilidade.

Isto se reflete na redução do medo em relação à queda na margem de lucro (jan= -31,0; fev= -28,7; e mar= -24,0). Contudo, como esperado, não se observam planos de investimento (apreensão = -2,7), e permanece a expectativa de redução do número de empregados (entre 0,1% e 3%). A utilização da capacidade instalada estabilizou-se no cenário adverso, entre 70% e 81%.

O Aspecto Social manteve em março a mesma expectativa, adversa, para quase todos os itens. Apenas a massa salarial avizinhou-se da zona de apreensão (fev= -29,0; e mar= -22,3), afastando-se da crença na queda do volume de salários (entre 1% e 5%) e aproximando-se da expectativa de estabilidade.

Os demais itens oscilaram, com pequenas variações negativas com relação a pobreza e desigualdade, e movimentos discretos na expectativa referente a violência.

Do Ipea