Sexo…sem preconceitos

Tem repercutido e muitas
vezes gerado polêmica a
recente autorização do Ministério
da Saúde para que
cirurgias de mudança de
sexo sejam realizadas pelo
SUS. Como sempre, a mídia
aproveita a oportunidade
para mal informar e criar
um clima de desaprovação
ao governo.

O que foi autorizado, no
entanto, é um avanço para a
saúde psíquica e para a melhoria
da vida de milhares de
brasileiros, principalmente
os mais pobres, que por preconceito
e discriminação vivem
marginalizados.

Vale lembrar que os mais
ricos resolvem o problema
em cirurgias realizadas em
outros países, quase sempre
reembolsadas pelo governo
por sentenças judiciais.

Critérios rigorosos – O que foi pouco divulgado
é que existem critérios
científicos e um extenso protocolo
de acompanhamento
médico e psicológico para essas
pessoas. Esses procedimentos,
que podem demorar
cerca de três anos para
serem cumpridos, é que irão
habilitar a pessoa a entrar,
como todos os outros brasileiros,
na fila de procedimentos
eletivos – cirurgias
sem caráter de urgência –
para aguardar sua vez.

Além disso, não se trata
de um procedimento estético.
Pelo contrário, essas cirurgias
visam, principalmente,
corrigir problemas genéticos
como más formações
ou formações incompletas
dos genitais externos.

Há, ainda, as pessoas
que, embora tenham órgãos
genitais bem formados
no aspecto físico, têm
perfil psicológico do sexo
oposto. Esse desajustamento
é causa de graves
problemas psicológicos.
Essas pessoas não se sentem
identificadas com seu
sexo e sofrem ao ter de demonstrar
uma personalidade
e um comportamento
diferente daquilo que realmente
são.

Não basta parecer – A definição do sexo
masculino ou feminino não
é feita apenas pelos genitais
externos. Outros componentes
físicos internos, o
perfil hormonal, os valores
de identidade psíquica
decorrentes da criação
e do ambiente familiar na
infância e que influem decisivamente
na construção
da personalidade são,
muitas vezes, mais importantes
que o fato de se ter
um pênis ou uma vagina
para a determinação
do sexo.

Portanto, menos preconceito
e mais compreensão
e solidariedade.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente