Siderúrgicas boicotarão carvoarias
As grandes siderúrgicas vão boicotar a produção de 52 carvoarias acusadas de explorar a mão-de-obra escrava no Brasil. É o que estabelece carta-compromisso assinada em Brasília por representantes da indústria do aço.
Maranhão, Pará, Tocantins, Piauí e o norte de Goiás concentram os produtores de carvão que abastecem 12 siderúrgicas no Maranhão e no Pará. As empresas fazem parte do complexo Grande Carajás, produtor de ferro gusa usado, principalmente, na produção de peças automotivas.
A previsão para 2004 é movimentar 2,5 milhões de toneladas de ferro, com o uso de seis milhões de metros cúbicos de carvão, no valor de R$ 2 bilhões.
Além da Associação das Siderúrgicas de Carajás, o acordo será assinado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e a organização não-governamental Observatório Social (ligada à CUT).
Também assumirão o compromisso a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), o Instituto Carvão Cidadão, o Ministério da Justiça, o Ministério Público do Trabalho e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
A iniciativa se soma às ações de combate à escravidão do grupo especial de fiscalização móvel do Ministério do Trabalho e Emprego e das Delegacias Regionais do Trabalho.