Sinal amarelo: Desemprego pelo IBGE também sobe

A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do País subiu pelo segundo mês seguido e chegou a 10,6% da População Economicamente Ativa em fevereiro, segundo dados mostrados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em janeiro a taxa foi de 10,2%, enquanto em fevereiro do ano passado estava em 12%.

A pesquisa Dieese apresentada na terça-feira também mostrou crescimento no desemprego.

Um explicação é que a taxa costuma crescer no início do ano com a dispensa de temporários, ao mesmo tempo em que a procura por emprego neste período costuma ser maior.

Com isso, janeiro e fevereiro são marcados pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho. Assim, o total de desempregados nas seis regiões chegou a 2,3 milhões de pessoas.

Formal e renda

Uma boa notícia da pesquisa do IBGE foi que houve um aumento significativo no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, de 1,5% em relação a janeiro e de 5,9% na comparação com fevereiro do ano passado.

Ao mesmo tempo, o número de trabalhadores sem carteira assinada diminuiu 6%.
Apesar do aumento do desemprego, e ao contrário da pesquisa do Dieese em São Paulo, a renda do trabalhador cresceu 1% em relação a janeiro e 2,6% sobre fevereiro de 2004.

O salário médio alcançou R$ 932,90 no mês passado.

Metade tem mais de 11 anos de estudo

A maior parcela dos desempregados nas seis maiores regiões metropolitanas do País é de trabalhadores que já concluíram o ensino médio.

De acordo com o IBGE, aproximadamente 1 milhão das pessoas desempregadas têm 11 anos ou mais de estudo.

É um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado.

“O mercado de trabalho está cada vez mais exigente, então cresce o número de pessoas que se especializam para ter um poder de escolha maior”, explicou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.

Confirmando outras pesquisas, as mulheres continuam na liderança dos desempregados. A taxa registrada em fevereiro de 2003 era de 53,8%, em fevereiro de 2004 era de 57,1%, e em fevereiro deste ano, 57,4%.