Sindfer ganha apoio de entidades sindicais contra redução do PLR e demissão na Vale

Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (Sindfer) protesta contra a redução de 5% da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e as mais de 100 demissões ocorridas em 2021 

Foto: Divulgação

O Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (Sindfer) recebeu o apoio de diversas entidades sindicais, entre elas a CUT, contra a decisão da empresa Vale de reduzir em até 5% a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2022 que os trabalhadores têm direito a receber em 2023; além das mais de 100 demissões na Base do Complexo de Tubarão (Espírito Santo).

Em diversas cartas as entidades se solidarizam com os trabalhadores da Vale e pedem que a empresa reabra as negociações e readmitam os demitidos. A solicitação foi enviada também pela CNQ/CUT Confederação Nacional do Ramo QuímicoFederação Interestadual dos Trabalhadores Ferroviários da CUT/CNTT/CUTConfederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT); a Industriall Global Union – Sindicato Global dos setores metalúrgicos, químicos, têxteis e setor mineral (sessão América Latina e Caribe); United Steelworkers nas localidades de Vale na América do Norte; e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística – CNTTL.

Lucro histórico 

A Vale registrou de janeiro a setembro de 2021, um lucro de quase R$ 100 bilhões e distribuiu aos seus acionistas R$ 73 bilhões, mas dificulta as negociações com os trabalhadores propondo reduções em seus ganhos. Na assembleia realizada em dezembro do ano passado, os trabalhadores não concordaram com o  conteúdo da proposta da empresa.

A Vale então, enviou e um email ao Sindfer perguntando quais os pontos não admitidos. O sindicato explicou que a proposta de punir com redução de 5% do PLR os trabalhadores que sofrerem algum tipo de sanção administrativa ao longo do ano poderia acarretar em perseguições e até mesmo em pressão para que os supervisores aplicassem as punições, para que a Vale “economizasse” o valor a ser pago.

Depois disso, a empresa firmou uma carta compromisso com o Sindfer informando que o sindicato teria acesso para saber se haveria banalização das suspensões. No entanto, a Vale ,unilateralmente, dizendo que como não foi aprovada a sua proposta inicial na assembleia de dezembro, ela manteve o corte do PLR.

Para o presidente do Sindfer, Wagner Xavier, a proposta da Vale desvirtua o modelo de PLR majoritariamente aprovado e seria uma espécie de piloto para seu desmonte completo.

“Isto desvirtua o modelo de PLR majoritariamente aprovado, e seria uma espécie de piloto para seu desmonte completo, visando atingir o que a Vale tanto almeja que é pagar a média do mercado, assim como tempo praticado nos acordos coletivos”, alerta Xavier.

O dirigente se refere ao fato da Vale também não cumprir o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) no qual foi acordado que não haveria demissões. Porém, somente na base do Sindifer-ES-MG mais de 100 trabalhadores já foram demitidos.

Segundo Xavier, no Acordo Coletivo de Trabalho, assinado em novembro de 2021″, a Vale justificou que o reajuste abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) integral do período era necessário para viabilizar a sustentabilidade das plantas da Vale em todo o país, evitando demissões, mas isto não vem ocorrendo.

Somente no Complexo que se estende até Itabira (MG), são 8.500 trabalhadores diretos e outros 2500 ao longo da linha que se estende até Itabira (MG). No Complexo também trabalham mais de 15 mil terceirizados.

Confira o vídeo do presidente do Sindfer em que ele explica o andamento das negociações.

Da CUT.