SindiAeroespacial-SP cobra ações do poder público em defesa do emprego na Embraer

Edmilson Oliveira "Toquinho", presidente do SindiAeroespacial-SP/CUT, afirma que o apoio do Executivo, Legislativo e da CUT serão decisivos para pressionar e cobrar bom senso por parte da empresa

Sem mecanismos que impedissem tragédias trabalhistas, muitos sindicalistas já desconfiavam que a corda arrebentaria para o lado mais fraco, ou melhor, desconfiavam qual seria a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região: seguir as bases da proposta apresentada pela empresa.

Como tragédia já anunciada, desembargadores tentaram justificar o injustificável, nomeando a empregadora de perversa e abusiva. Tentaram encontrar uma saída que já não existia nas barras do Tribunal.

No voto do desembargador federal, vice-presidente administrativo do TRT Dr. Luiz Antonio Lazarim, a situação foi escancarada. Segundo Lazarim, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado ao PSTU-Semlutas, é tão radical que não assina o Contrato Coletivo de Trabalho desde 2005.

“Que fique como um aprendizado e lição para todos os atores sociais, que o TRT não tem a obrigação e nem irá substituir os sindicatos (…). Esta situação é responsabilidade do Executivo e Legislativo. Nenhum dos dois assumiu suas responsabilidades na formulação de Leis que impeçam tragédias demissionárias como esta. Que tal promulgar essa Lei com nome de Embraer?”, sugeriu.

Para o presidente do SindiAeroespacial-SP/CUT, Edmilson Oliveira “Toquinho”, em todo o processo de negociação, a Embraer nunca recuou da sua prepotência e arrogância na relação sindical. “Ouso afirmar que PSTU-Semlutas e a direção da empresa se apresentam como faces da mesma moeda”, disse.

Há o que comemorar?
Finalizada a audiência, sob os flashes e luzes de todos os meios de comunicação possíveis, o PSTU-Semlutas e a Força Sindical ainda deram entrevistas cantando “vitória” e afirmando que vão recorrer ao TST.

Na saída do Tribunal militantes destas duas centrais gritavam palavras de ordem contra o Governo e a Embraer enquanto os trabalhadores demitidos estampavam o desânimo nas faces.

Pós-julgamento
O SindiAeroespacial-SP/CUT marcou assembleias com os trabalhadores na segunda-feira (23) e terça-feira (24). Os trabalhadores estão afastados da empresa desde o anúncio das demissões, em 19 de fevereiro.

Os trabalhadores estão sem salários e também sem fazer a homologação para ter acesso ao FGTS, a multa de 40% e ao seguro-desemprego. Não foram dadas as baixas nas carteiras, por enquanto.

“É necessário que outros agentes como o Executivo, Legislativo e a CUT cobrem bom senso da empresa para que tenhamos um dialogo sério e a situação se resolva de fato”, finalizou presidente do SindiAeroespacial-SP/CUT.

Da CNM/CUT