Sindicalistas buscam alternativas no Brasil

Experiências desenvolvidas no País no combate ao neoliberalismo chamaram atenção de italianas.

Italianos querem aprender com o Brasil


Sandra e Simonetta, da CGIL; Alexandre, da Unisol; e Sérgio Nobre, na Sede do Sindicato

Duas sindicalistas italianas, que visitam o Brasil para acompanhar projetos cooperativos de solidariedade em parcerias com a Unisol, disseram que aproveitam a viagem para conhecer as alternativas ao neoliberalismo que acontecem no País.
“Procuramos visões originais que se contraponham à lógica do mercado. E elas estão aqui no Brasil, nos países da América Latina”, disse Simonetta Ponzi, da direção do Sindicato dos Trabalhadores na Região da Emiglia Romana, ao Norte da Itália, ligado a central sindical CGIL.
Ela comentou que os países europeus não sabem pensar alternativas para além do capitalismo. Até mesmo o movimento cooperativo italiano, que é muito forte e responde por um terço da economia, está perto demais dessa lógica de mercado.
“As cooperativas italianas exercem bom papel social junto a entidades de outros países com intercâmbios, mas isso não acontece na organização interna delas”, disse Sandra Pareschi, presidente da Nexus, a central de cooperativas ligada à CGIL.
Ela comentou que as cooperativas de seu país precisariam recompor os valores de solidariedade para ter condições de apontar saídas.
“No Brasil é diferente e por isso estamos aqui”, afirmou.

União contra a crise
A realização de um seminário internacional reunindo trabalhadores de várias partes do mundo foi o resultado do encontro das sindicalistas com Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.
Simonetta Ponzi disse que somente a união dos trabalhadores poderá impedir que eles paguem a conta da crise.
Ela lembrou que, apesar da CGIL desenvolver campanha cobrando ações do governo italiano para superar a crise econômica, até agora nada foi feito.
“O primeiro ministro Berlusconi diz que é preciso ser otimista. Mas nada faz a não ser negar a crise”, disse Simonetta Ponzi.
Ela comentou que a crise atinge todos os setores e todas as regiões da Itália, principalmente as industrializadas, com milhares de demissões.