Sindicalistas reafirmam apoio a Lula
Na sexta-feira, movimentos sociais e sindicais realizaram ato dando todo apoio ao presidente Lula no combate à corrupção. Ontem, sindicalistas de todo País foram a Brasília para reafirmar esse apoio e pedir um modelo econômico com desenvolvimento, mais empregos e melhores salários.
Apoio total contra a corrupção e por crescimento
Em clima alegre e descontraído, perto de 1.500 sindicalistas de todo o País
entregaram ontem ao presidente Lula, no Palácio do Planalto, carta exigindo a
apuração de todas as denúncias e pedindo mudanças na política econômica, entre
elas a redução da taxa de juros, salário mínimo digno e redução da jornada de
trabalho.
“Com essa nossa iniciativa repetimos que é preciso fazer uma profunda
apuração das denúncias e punir os corruptos e corruptores”, afirmou o presidente
do Sindicato José Lopez Feijóo.
Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação dos Metalúrgicos da CUT, que
conduziu o ato, garantiu ao presidente Lula que ali estavam os mais combativos
líderes sindicais do País.
“Esse grupo não nega que está ao seu lado e vai até o final pelas mudanças
que o Brasil precisa”, disse ele.
Ao agradecer a solidariedade, Lula lembrou que a Polícia Federal, em 30
meses, prendeu mais do que nos últimos 30 anos.
“Cabe ao PT e ao governo dar exemplos, e todas as denúncias serão
investigadas e os culpados pagarão”, avisou ele.
Temos de ser honestos e seremos implacáveis”, concluiu ele.
Apoio também em São Bernardo
Em outra manifestação de apoio ao presidente e contra a corrupção, a Câmara
de Vereadores de São Bernardo ficou lotada na noite de sexta-feira. Cerca de mil
pessoas e mais de 40 entidades do ABC estiveram no ato, que anunciou também a
nomeação Luiz Marinho no Ministério do Trabalho.
“Essa é a militância que não se deixa abater”, enfatizava Hamilton Lacerda,
coordenador da macro-região do PT no ABC, entre as saudações que fazia ao
anunciar as entidades presentes.
Para o pastor Levi, da Aliança Evangélica Brasileira, a crise criada com a
onda de denúncias é uma tentativa de antecipação das eleições do ano que vem.
Ele usou a parábola do joio e do trigo para enfatizar que a crise tem seu lado
positivo na medida que pode mostrar quem é quem. “Voto de novo em Lula porque o
Brasil precisa de reformas”, disse o pastor, afirmando que aprendeu a admirar o
presidente por influência do pai metalúrgico.
Na opinião do prefeito de Santo André, João Avamileno, a burguesia tem medo
do crescimento do PT, que está transformando o Brasil. “Tentaram fazer o mesmo
com o caso Celso Daniel e até hoje não se provou nada”, comparou.
“Enquanto ele (o presidente Lula) pegar colarinho branco, nunca vão lhe dar
sossego”, salientou o padre Odair, da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes de
Diadema. Para ele, a tentativa de desestabilização ocorre devido às ações do
governo no combate à corrupção. Padre Odair também usou uma parábola para
distinguir a imensa maioria dos que construíram o PT em 25 anos, de outros que
podem ter errado. “Não se joga toda uma cana fora porque tem apenas um gomo
rachado”.
O deputado federal Vicentinho afirmou que há uma tentativa dos corruptos de
enlamear o PT. “Dizem que somos todos iguais. Ou alguém acredita que o PFL e o
PSDB querem acabar com a corrupção? Eles querem é voltar e para isso tentam
jogar o nosso partido na vala comum”, destacou o deputado.
Para o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, a tentativa de
desestabilização é confirmada com a declaração de FHC de que Lula deveria
desistir da reeleição. “Eles querem destruir o nosso projeto porque é um projeto
que gera emprego, cria universidades, melhora a renda e dá atenção social”,
listou Feijóo.