Sindicato, Abinfer e Abimaq se reúnem com empresários para discutir futuro da ferramentaria no Brasil

Próximo passo é a criação conjunta de um documento a ser apresentado ao governo federal

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Atento às especificações e demandas do setor de ferramentaria, o Sindicato reuniu, no último dia 30, o presidente da Abinfer (Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais), Christian Dihlmann, o presidente da Câmara Setorial de Ferramentaria da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Sansão Cadengue da Silva, e mais de 40 empresários do segmento para debater o tema no Espaço Celso Daniel, ao lado da Sede. 

O foco da discussão girou em torno de propostas e estratégias para o futuro das ferramentarias no Brasil como um todo. Além da ferramentaria no segmento automotivo, que já tem uma política específica, mas de acordo com os dirigentes, precisa ser mais detalhada.

“A indústria como um todo mudou, a indústria de transformação que representava 35% do PIB, hoje representa um pouco mais do que 10%. O Brasil é conhecido como o país das commodities, a gente exporta minério e soja e não exporta produtos manufaturados de maior valor agregado, aí entra a discussão. O Brasil não pode ser só um país exportador de commodities, queremos mais porque sabemos que podemos mais”.

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“O governo tem que incentivar para que a indústria crie valor, gere valor e que a gente tenha mercado, acesso ao mercado. Nós temos excelentes profissionais e empresas aqui. A grande discussão nossa, que fazemos muitas vezes com o governo em relação à indústria, é que o governo precisa incentivar para que haja investimentos na produção. É preciso investimento para gerar emprego aqui”, ressaltou o Moisés.

O integrante do Conselho da Executiva da Direção do Sindicato e do Conselho do Senai, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, responsável pela pauta de ferramentaria no Sindicato, também destacou a necessidade de discutir e ampliar o conteúdo local.

“O Brasil, por exemplo, é um grande consumidor de moldes, cresceu muito a importação, precisamos discutir conteúdo local partindo de projetos. O setor de ferramentaria é muito estratégico e importante para a indústria. A análise que fazemos é que é preciso ajustar a política para o setor se fortalecer e também o setor no Mover (programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação criado pelo governo Lula no final do ano passado) ”. 

Foto: Adonis Guerra

De acordo com o dirigente, o próximo passo é a criação conjunta de um documento que será encaminhado ao governo federal com o objetivo de articular uma reunião maior. “Através do Sindicato, vamos entregar um documento para o Alckmin [vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], para o Marinho [ministro do Trabalho e Emprego] ou até mesmo para o presidente Lula. São duas questões: estruturar a política para a ferramentaria e ajustar o Mover”, finalizou.

Projeto Podium

Em novembro do ano passado, representantes do setor, junto aos Metalúrgicos do ABC, entregaram ao governo o Projeto Podium. Trata-se de um documento robusto que traz detalhes sobre a situação da ferramentaria no Brasil e tem por intuito contribuir para alavancar o setor. O documento engloba desde a renovação do parque de máquinas para que o setor se torne competitivo, como também a qualificação da mão de obra, tanto técnica, como de quem gerencia as ferramentarias, além da criação de um selo de qualidade local e mundial.