Sindicato alerta para o perigo de vendas casadas em empréstimos bancários

(Foto:  Edmilson Magalhães)

A autorização de empréstimo pessoal ou outra forma de crédito bancário mediante a contratação de outros serviços como seguros, por exemplo, a chamada venda casada, é crime e está prevista em lei.

Apesar de crime, a prática é comum e vem sendo denunciada. “Essa é uma realidade em toda a categoria, que acontece de forma escancarada. O crédito consignado está garantido na folha de pagamento, mas o trabalhador em época de crise acaba assinando o contrato e muitas vezes não nos procura por já estar constrangido por ter que pedir o empréstimo”, declarou Amarildo Marques de Souza, CSE na Mercedes.

Amarildo reforçou que a orientação é que o trabalhador denuncie. “Assim que perceber qualquer irregularidade, deve procurar a representação dentro da fábrica para que a gente possa pressionar os bancos e reverter o contrato”.

Se a situação é delicada para quem vai pedir o empréstimo, a pressão do outro lado do balcão também é grande e inclusive pode gerar demissões e doenças. “Os bancários pressionados pelo cumprimento de metas abusivas impostas pelos bancos acabam praticando a venda casada, mas na hora que o problema estoura não é para o banco e sim para o trabalhador”, explicou o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Aparecido Moreira.

Segundo Belmiro, há cons­tantes casos de punição com demissões para trabalhadores que aderem à prática. O pre­sidente conta que as pressões são responsáveis também por doenças psicológicas como estresse e depressão que aco­metem a categoria.

“Nossa orientação é que, mesmo pressionado, o bancá­rio deve priorizar a necessida­de do cliente e não do banco”, finalizou o presidente.

Da Redação