Sindicato alerta para práticas antissindicais que podem virar assédio dentro das empresas
Em ano de eleições municipais, é preciso coibir também o assédio eleitoral
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Os Metalúrgicos do ABC orientam toda a categoria a estar atenta a qualquer sinal de prática antissindical dentro das empresas. Tais situações podem ocorrer diretamente contra o trabalhador, o representante ou a entidade sindical.
O diretor executivo do Sindicato, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, ressalta que um dos principais atos antissindicais relacionados diretamente ao trabalhador é a ameaça de demissão caso ele se filie à sua entidade de classe. “Temos, inclusive no estado de São Paulo, casos em que o trabalhador paga a mensalidade diretamente no balcão do sindicato, porque se o empregador descobrir que ele é sindicalizado, o demite”.
Além dessa, Luizão acrescenta situações em que o trabalhador sindicalizado não tem aumento de salário, não é promovido ou é perseguido porque leu o boletim da categoria.
Representação
Em empresas que têm esse tipo de conduta, muitas vezes o dirigente sindical é o mais perseguido, é vítima de calúnia, sofre restrições para conversar com os trabalhadores ou enfrenta dificuldades para realizar uma assembleia. Luizão lembra ainda que, assim como o dirigente sindical, os membros da Cipa também sofrem com esse tipo de ato discriminatório.
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Entidades
Os sindicatos também são atingidos por essas práticas, quando, por exemplo, um grupo patronal se recusa a sentar para negociar com a entidade que representa os trabalhadores.
“Há grupos de negociação na nossa Campanha Salarial que há sete anos não negociam, não têm convenção coletiva. Isso é a prova de uma prática antissindical. Uma coisa é discutir e não chegar a um acordo, outra é negligenciar a negociação, receber uma pauta e não sentar para conversar sobre. Outro exemplo que vem acontecendo com frequência, é empresas orientarem e, às vezes, produzirem cartas para que o trabalhador se oponha a decisões aprovadas em assembleia”, exemplificou.
Denúncia
Os Metalúrgicos do ABC, aconselham toda a categoria a denunciar, ligar no Sindicato caso sofram e presenciem esse tipo de conduta. “Vamos ficar de olho e denunciar, conversando com os atores envolvidos para solucionar esse tipo de problema. O pleno exercício da atividade sindical, sem nenhum tipo de prática contrária, é a garantia de que de fato estamos vivendo uma democracia. As entidades sindicais precisam atuar e denunciar aqueles mal empregadores que não respeitam a constituição”.
Assédio eleitoral
Luizão chama atenção ainda para a conduta de assédio eleitoral, que aumentou nos últimos anos. “Este ano teremos eleições municipais, para prefeitos e vereadores, portanto é necessário que os trabalhadores fiquem atentos ao comportamento empresarial. É preciso observar se não há nenhum tipo de prática antissindical que acaba desembocando numa prática desenfreada de assédio, seja ele moral, sexual ou até mesmo eleitoral”.
Conheça algumas condutas antissindicais
• despedir ou discriminar trabalhadora ou trabalhador em razão de sua filiação a sindicato, participação em greve, assembleia, manifestação ou o engajamento a qualquer atividade sindical;
• transferir, deixar de promover ou prejudicar de qualquer forma trabalhadora ou trabalhador em retaliação pela sua atividade sindical;
• impedir trabalhadora ou trabalhador de participar de assembleia legitimamente convocada pela entidade sindical.
• utilizar meios de comunicação para ataques e ofensas aos sindicatos, seus dirigentes ou aos filiados;
• desestimular a filiação sindical;
• estimular a desfiliação sindical;
• elaborar textos para que os trabalhadores se oponham a decisões de assembleias;